Comunidade LGBTQIA+ ainda luta pela inclusão no setor bancário
Mercado de trabalho continua discriminatório; pesquisa mostra que uma em cada cinco empresas não contrataria homossexuais
Data: 28/06/2021 às 14:34
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Araraquara

Nesta segunda-feira, 28 de junho, é celebrado mundialmente o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+.

A data é um momento de afirmar o orgulho da luta histórica dessa população para poder ser quem é, sem medo ou constrangimento, e também para celebrar todos que vieram antes, muitos dando a sua própria vida pela causa. É um dia também para celebrar o amor, a diversidade e exigir o fim da violência e da discriminação.

O mercado de trabalho sempre foi, de forma geral, fechado para a comunidade LGBTQIA+. No setor bancário não é diferente. Em tempos de crise econômica e pandemia, o que já era difícil, ficou pior ainda. “Por mais esforços em buscar visibilidade e novas contratações no setor, no processo de admissão ainda é visível o preconceito. As empresas que trabalham com a diversidade, acabam fazendo exigências na identidade de gênero”, declarou Adilson Barros, diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramos Financeiro (Contraf-CUT) e militante do movimento LGBTQIA+.

Uma em cada cinco empresas não contrataria um homossexual de acordo com pesquisa da Elancers, companhia que atua na área de sistemas de recrutamento e seleção. Não por acaso, o 2º Censo da Diversidade Bancária indicava que apenas 1,9% dos entrevistados se declararam homossexuais e 0,6%, bissexuais.

Preconceito

A abertura do mercado de trabalho para homossexuais ainda é pequena. A mesma pesquisa da Elancers indicava que 7% das empresas não contratariam homossexuais em nenhuma hipótese e 11% só contratariam se o candidato não ocupasse cargos de níveis superiores.

O setor bancário não escapa desta triste realidade. No primeiro semestre de 2021, a 2ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), em Pernambuco, condenou o Banco Bradesco a indenizar um gerente, alvo de homofobia no trabalho, que havia sido dispensado pelo banco. A vítima passou a sofrer de ansiedade e depressão. A Justiça também garantiu à vítima a estabilidade provisória no emprego por um ano.

Em 2017, ganhou repercussão internacional a notícia de que um gerente do Itaú foi demitido por ser homossexual e publicar nas redes sociais fotos com o noivo. O gerente tinha resultados de produtividade acima da média.

CGROS

Casos como os das duas demissões citadas estão sendo debatidos na Mesa de Igualdade de Oportunidades que a Contraf-CUT mantém com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), com a assessoria de sua Comissão Nacional de Gênero, Raça e Orientação Sexual (CGROS). A Comissão tem como atribuição discutir as questões de gênero, raça, orientação sexual e pessoas com deficiência. O objetivo é buscar a inclusão e implementar ações de combate à discriminação nos bancos e na sociedade, com igualdade de oportunidades para todos

“Apenas um banco afirma contratar homossexuais e realiza campanha efetiva para combater a discriminação. Mesmo quando a Mesa de Igualdade de Oportunidades acontece, não temos dos bancos respostas em torno desta reivindicação de inclusão da comunidade LGBTQIA+ no setor, inclusive em cargos de chefia. Ainda não há política de inclusão e vejo o quanto se necessita avançar. Só quando isso efetivamente acontecer é que poderemos celebrar o acesso ao setor bancário. O preconceito, além de ser velado, é institucional”, concluiu Adilson Barros.

Sindicato cidadão

O Sindicato tem na diversidade e na igualdade de oportunidades dois dos seus principais pilares de atuação. 

A entidade segue em luta permanente para que a comunidade LGBTQIA+ tenha mais visibilidade e oportunidades nos bancos, uma vez que, principalmente no caso das pessoas trans, ainda esteja majoritariamente em posições fora da frente de atendimento e longe de cargos de chefia. O Sindicato acredita que dar maior visibilidade para as pessoas LGBTQIA+ é um importante passo para uma necessária transformação da sociedade como um todo.

“Os direitos humanos são universais e indivisíveis, mas, ainda assim, a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero é uma realidade e precisa ser enfrentada. Cada um de nós é um agente ativo no respeito e na garantia de igualdade e não discriminação a todos os seres humanos”, ressalta o presidente do Sindicato, Paulo Roberto Redondo.

 

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