Com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nesta quarta-feira (6) de aumentar a já elevadíssima taxa básica de juros do país (Selic) de 10,75% para 11,25% ao ano a entidade volta a reafirmar que são os rentistas da dívida pública que determinam o índice e não a população.
O aumento de 0,5 ponto percentual (p.p.) mantém Brasil entre os maiores pagadores da taxa básica real de juros do mundo (resultado da Selic menos a inflação): na ordem 6,5% com base na inflação acumulada nos últimos 12 meses.
"As consequências dessa política monetária, que vem sendo praticada pelo Banco Central nos últimos anos, são danos irreparáveis ao desenvolvimento do Brasil, porque trava toda a economia. Tem impactos nas taxas de juros de todo o sistema financeiro, ou seja, aumenta o custo do dinheiro para as famílias e empresas, aumentando também o endividamento de quem precisa de empréstimos mas não consegue mais pagar, porque a taxa torna muito caro o custo do dinheiro no Brasil", critica a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, entidade que faz parte de uma campanha nacional, promovida por movimentos sociais, contra a Selic elevada.
Um balanço feito pela Serasa Experian e divulgado nesta semana revelou que o Brasil bateu recorde nos pedidos de empresas para recuperação judicial neste ano: 1,7 mil até setembro, maior número em 19 anos e 73% a mais em relação ao mesmo período de 2023. Quando perguntados sobre o principal motivo para fecharem as portas, os empresários apontaram os juros altos, seguido por inadimplência dos consumidores.
Além de impor mais aperto financeiro para as famílias e empresas, a medida aumenta significativamente as despesas com juros para a esfera pública. Só em 2023, a União pagou mais de R$ 732 bilhões com juros dos títulos que, em sua maioria, estão nas mãos dos grandes especuladores do mercado financeiro. Esse montante, que acaba no bolso de poucos, é investimento retirado de setores fundamentais para toda a população, como Educação e Saúde.
“Traduzindo para a realidade de cada brasileiro trabalhador, quando pagamos juros altos no cartão de crédito ou em financiamentos de bens, por exemplo, deixamos de usar esse dinheiro, que vai para os juros, em gastos mais importantes como alimentação, remédios, etc. Da mesma forma é com o governo federal. Quando tem que pagar mais juros, é obrigado a comprometer gastos importantes. E como já explicado, sem investimento público, o desenvolvimento do país fica comprometido. Efeito direto se dá na geração de emprego, já que desenvolvimento significa aumento do consumo, da produção e da geração de postos de trabalho”, ressalta o presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara e região, Paulo Roberto Redondo.
Sobre o principal argumento utilizado pelo Copom, de usar a Selic como única ferramenta para inibir o consumo e, com isso, controlar a inflação para que atinja o centro da meta, o economista do Dieese Gustavo Cavarzan avalia que a entidade não deveria considerar apenas as avaliações do mercado.
“Existe um vício do Copom em justificar as decisões com base nas orientações do mercado, que exagera em suas expectativas pessimistas em relação à inflação no país, na medida em que se beneficia da alta dos juros. Com isso, entramos num ciclo vicioso onde as movimentações dos juros perdem relação com as causas reais da inflação e passam a ser determinada unicamente pela vontade do mercado”, pontua, acrescentado que existem outras ferramentas para o controle da inflação, além da Selic, a exemplo da recomposição dos estoques reguladores de alimentos para amenizar variações sazonais de preços.
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