O esgotamento dos empregados da Caixa Econômica Federal durante a pandemia foi tema de reportagem veiculada pelo jornal RJTV na quarta-feira (17). Além do pagamento do auxílio emergencial e de outros programas do governo para ajudar a população a enfrentar a crise, a cobrança por metas e resultados tem provocado adoecimento dos trabalhadores.
A matéria de TV divulgou pesquisa feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) com gestores e assistentes da Caixa do Rio de Janeiro que confirma o esgotamento dos empregados. O levantamento mostra que 68% dos profissionais relataram ansiedade, depressão, angústia e pânico. 46% relacionaram estes sintomas à Covid-19. 37% dos profissionais consultados declararam problemas de saúde mental. Destes, 98% atribuem o adoecimento ao trabalho na Caixa. Cerca de 73,9% dos pesquisados que atuam nas agências responderam que, durante a pandemia, trabalharam mais do que a jornada contratual.
É importante lembrar que a Caixa não divulga o número oficial de contaminações e mortes entre os trabalhadores do banco, apesar da cobrança das entidades sindicais e associativas. “Se era difícil para quem ficava horas esperando [nas filas], lá dentro os funcionários também sentiram, e muito, os efeitos da carga extra de trabalho”, informou o jornal. O volume de trabalho provocou o afastamento de muitos trabalhadores do serviço presencial, mas a direção do banco não repôs os funcionários, aumentando a jornada de quem ficou nas agências. O jornal mostrou depoimentos de empregados relatando que as cobranças por metas e resultados continuaram, mesmo diante do trabalho extenuante durante a pandemia.
A coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa) e secretária da Cultura da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Fabiana Uehara Proscholdt, informou que a pesquisa foi entregue na mesa de negociação com a empresa, realizada na terça-feira (16). “A pesquisa foi realizada entre os gestores do Rio de Janeiro, mas reflete o que está sendo vivenciado por todos os empregados da Caixa no país inteiro. Com a retomada do auxílio emergencial, a situação volta a piorar”, avaliou Fabiana. “Por isso temos debatido com o banco a necessidade de ampliação dos protocolos de segurança para proteger a saúde dos empregados e da população contra o coronavírus, mais contratações para melhorar as condições de trabalho e, claro, que o foco dos colegas que estão nas agências seja o atendimento e não cobrança de metas”, ressaltou.
Durante a entrevista ao jornal, o presidente da Associação de Gestores da Caixa (Agecef) no Rio de Janeiro e integrante da CEE/Caixa, Rogério Campanate, falou sobre o déficit de empregados do banco. “Nos últimos 5 anos, a gente teve uma baixa de quase 20 mil vagas. Foram sucessivos planos de demissão voluntária que a empresa não fez reposição. Já fomos mais de 100 mil empregados e agora somos pouco mais de 80 mil”, disse Campanate.
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