O Itaú está promovendo demissões de gerentes-gerais e de bancários em outras funções, com 15 a 20 anos de contrato e acima de 40 anos de idade. Para isso, está usando um método cruel: empregados enquadrados nessa faixa etária e tempo de banco, mas que possuem nota "acima do esperado" em agências de grande porte (platinum e diamante) estão sendo transferidos para unidades menores (ouro e bronze) e com poucos funcionários, onde é mais difícil atingir resultados.
O movimento é feito para justificar a demissão, após o resultado não ser alcançado nas agências menores e a nota do empregado, consequentemente, cair.
Nos ciclos de avaliação, os bancários são classificados por um comitê nos quadrantes “acima do esperado”, “dentro do esperado”, “abaixo do esperado” e “preparar saída”. Na lista de demissões, há ainda os critérios “acompanha a transformação do banco” e “não acompanha a transformação do banco”.
O comitê seleciona pessoas de 45 anos e alega que elas não acompanham as transformações do banco. Esses funcionários vestem a camisa, trabalham doentes, buscam incessantemente o resultado, que muitas vezes não vêm porque as metas são inalcançáveis, porque são transferidos para agências que não têm histórico de resultado, ou porque são transferidos para agências onde o banco não oferece condições de trabalho, já que, além de metas inatingíveis, essas unidades operam com quadro mínimo de funcionários.
Itaú reduz número de bancários mais velhos
Em 2016, os bancários com idade acima de 50 anos representavam 9,38% do total do quadro de empregados do Itaú. Em 2020, o número caiu para 6%. Os dados são dos Relatórios Anuais Integrados do Itaú.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) de maio e 2023 indicam saldo positivo de contratação no setor bancário como um todo, entre as faixas etárias até 29 anos, com ampliação de 504 vagas. Já para as faixas superiores, foi notado movimento contrário: fechamento de 1.468 vagas para o mês de maio.
O salário mensal médio do bancário admitido em maio alcançou o valor de R$ 6.155,15, enquanto o do desligado foi de R$ 7.458,87. Ou seja, o salário médio do admitido correspondeu a 82,52% do desligado, indicando que os bancários com mais tempo de casa e com mais idade estão sendo demitidos apenas por questão de salário, porque, frequentemente, empregados mais velhos ganham mais.
Investigação do Ministério do Trabalho e Emprego apontou que o Itaú forçou demissão de bancários mais velhos no último Plano de Desligamento Voluntário (PDV) promovido pelo banco, em 2022.
Fechamento de agências e demissões
Os trabalhadores relatam um clima de muita preocupação com este cenário, mas também por causa do fechamento de agências. O Itaú alega que os bancários de unidades encerradas são transferidos. A percepção, contudo, é que quando uma agência fecha há demissões, e como não há vaga para realocação, acabam ocorrendo as dispensas.
Os bancários estão sentindo essa tortura psicológica e pedindo afastamento quando adoecem com burnout, depressão, pânico e estresse. O movimento sindical bancário está acompanhando essas ações e, se essa lógica perdurar, irá partir para ações sindicais.
Demissões de líderes de tesouraria
Correm rumores de que o segmento Personalité vai extinguir a função de líder de tesouraria.
Representantes dos trabalhadores entraram em contato com o banco, que informou que as demissões ocorridas nas últimas semanas foram por baixa performance, e que não tem intenção de eliminar a função.
O Itaú lucra muito da sociedade para fechar agências, deixando, com isso, parte da população sem atendimento bancário. Lucra muito também com o trabalho dos bancários. Portanto, não há justificativa para demitir, ainda mais porque muitas agências operam com sobrecarga de trabalho e com acúmulo de funções, com assédio moral e com a insegurança da perda do emprego. Um cenário que resulta em adoecimentos e afastamentos.
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