Muitos empregados da Caixa estão denunciando às entidades representativas que chefias estão aplicando o chamado “feedback estruturado” (que substituiu o MO 21.182), medida que faz parte do processo de "descomissionamento por justo motivo". Além disso, tem sido realizado rodízio entre os GGRs das agências, o que intensifica a desestruturação das unidades às vésperas do pagamento do auxílio emergencial.
Tudo isto ocorre em paralelo à cobrança desmedida e assédio moral para oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Caixa Seguridade, que sequer ainda foi ofertada na Bolsa de Valores. Os bancários relatam que a pressão excessiva para contribuir com desmantelamento do banco público está gerando sofrimento emocional e psicológico, e obrigando ao uso de medicação controlada.
A situação é tão grave, que as denúncias estão partindo dos gerentes das unidades. O movimento sindical alerta sobre a possibilidade de ação judicial contra o assédio moral da empresa. Faça um agendamento jurídico.
Sindicato vai reorientar sobre a utilização do MO
Qualquer empregado que receber “feedback estruturado” precisa receber uma via da documentação em cópia e entrar em contato com o Sindicato (veja contatos abaixo) e com a Apcef/SP.
O assédio moral para vender mais uma fatia da Caixa está causando muito desânimo e acabando com a saúde das pessoas. Os empregados, que já sofrem com a sobrecarga causada pelos seguidos PDVs que eliminaram mais de 20 mil postos de trabalho nos últimos anos, e com os pagamentos do auxílio emergencial menor para o povo, que fica raivoso, agora estão em choque com a cobrança abusiva para a venda de mais uma área da Caixa. E ainda relatam que estão sendo obrigados inclusive a comprar ações para bater a meta.
O movimento sindical vai cobrar a gestão sobre o uso incorreto do feedback estruturado, e está estudando contestação na Comissão de Valores Mobiliários sobre possíveis práticas irregulares que os gestores estão sendo obrigados a executar, por meio de assédio moral, para agradar a agenda de destruição do banco público promovida por Pedro Guimarães e Paulo Guedes, no governo Bolsonaro. Também vai reorientar superintendentes ou outros chefes que utilizarem, por falta de conhecimento ou inadvertidamente, do feedback.caixa (feedback estruturado) como se fosse um feedback, mas que, de fato, é um apontamento para descomissionamento.
A Caixa, através de sua universidade corporativa, instrui os métodos de dar feedback, mas em nenhum deles consta a ameaça de descomissionamento utilizando o RH184. Isso é assédio moral e é passível de processo judicial.
Luta em defesa da Caixa é também por melhores condições de trabalho
As entidades sindicais da grande São Paulo têm recebido denúncias diretamente, e cobrarão os superintendentes em reuniões específicas. Seguem alguns depoimentos; mande também o seu:
“Acabei de receber uma ligação informando que a meta de cada gerente para o IPO da Caixa Seguridade será de R$ 1 milhão. Esta meta não está no conquiste. É muito menor. A SEV [Superintendência Executiva de Varejo] me disse que está orientação é do superintendente.”
“A meta estabelecida em sistema por gerente é de mais ou menos R$ 200 mil, e o Superintendente da SR São Paulo Sul, em reunião, informou que a meta deverá ser de R$ 1 milhão por gerente, desconsiderando o sistema de metas estabelecido e assim cobrando meta abusiva e fora de contexto, gerando sofrimento emocional e psicológico aos funcionários.”
“A pressão para fazermos o IPO está insana. Além da Alta Performance do Conquiste, seremos avaliados pelo IPO. A agência está cheia, pouca gente para atender e hoje sinalizaram que a meta individual será de R$ 1 milhão. O SEV me ligou no celular para intimidar (ou ameaçar?). Afirmou que teremos outra avaliação de desempenho no final de Abril. Me preocupa a orientação. Mas as palavras foram essas: faça qualquer coisa, mas tem que entregar.”
“Houve mudança no GDP ou no método de avaliação de gestores? Nosso SR afirmou esta semana que o ciclo agora é mensal. Estamos com muita cobrança, várias vezes ao dia e de forma exaustiva para informar a esteira do IPO.”
MO 21.182 utilizado como instrumento de assédio
Segundo esta última denúncia, a chefia está utilizando o MO 21.182, que consta nos normativos do RH 184, para ameaçar de descomissionamento.
“Entendi que se não fizermos, estarei fora ou vou ser vítima de rodízio por decesso. Alguns colegas tomaram MO [21.182] e estamos todos receosos com tudo o que acontece aqui. O SEV informou que o superintendente avaliou cada situação. Para piorar, nosso desafio imposto é de R$ 1 milhão [para] cada matrícula gerencial. Como farei isto [se há] somente eu e um GAN com tanto atendimento do auxílio? Não é um produto simples. O cliente precisa estudar para decidir. Parecem que querem fazer o cliente investir ‘goela a baixo’. Absurda esta gestão. Estou a base de medicação por ansiedade desde fevereiro.”
Mobilização em 2016 impediu descomissionamento sumário
Lembrando que, em junho de 2016, na esteira do golpe que alçou Michel Temer ao poder e levou uma nova direção ao comando da Caixa, foi criado um novo RH que previa o descomissionamento sumário na base da canetada. A mudança gerou uma resistência muito forte dos empregados e do movimento sindical, que deflagraram uma grade mobilização contrária.
O Sindicato conseguiu organizar plenárias e, na greve, paralisações nacionais, inclusive de gestores, o que garantiu o fim do descomissionamento sumário na Caixa.
O MO 21.182 determina que para haver descomissionamento o empregado não pode receber duas anotações negativas pelo mesmo motivo em distanciados por 60 dias e a anotação dura 270 dias.
A mobilização dos empregados e do movimento sindical conseguiu a garantia da manutenção da função por pelo menos 60 dias, mas agora alguns gestores estão utilizando esta mudança da caixa chamada feedback.caixa [feedback estruturado] para ameaçar descomissionar e pressionar os trabalhadores a fazer coisas não muito corretas, que devem ser denunciadas pelos bancários e terão resposta do Sindicato.
Procure o Sindicato
> Está com um problema no seu local de trabalho ou seu banco não está cumprindo o acordado? Denuncie pelo (16) 98115-6150. O sigilo é absoluto!
Trabalhadores conquistam vitória: governo revoga CGPAR 42 após mobilização
BB: trabalhadores exigem fim das distorções que prejudicam encarreiramento e remuneração
Abril Verde: Sindicato se engaja no mês de prevenção, segurança e saúde no trabalho
Eleições Previ: funcionários do BB têm até hoje (26) para votar
Seminário debate sobre contribuição assistencial e revisão da CCT
COE cobra explicações do Itaú sobre fechamento de agências e punições
Trabalhadores querem “um Brasil mais justo”
GT de Saúde do Itaú busca construir cartilha sobre afastamento
4º Seminário Jurídico: transformações estruturais no mundo do trabalho exigem preparo sem precedentes à categoria
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias