Bancários com mais tempo de casa sofrem descaso e discriminação no Itaú
Dirigentes sindicais alertam a direção do banco sobre a postura inadequada de alguns gestores
Data: 03/09/2021 às 12:01
Fonte: Contraf-CUT

Nos últimos anos, o Itaú tem passado por constantes mudanças, novos projetos, reestruturações, como o programa GERA e o projeto Itaú 2030. Por conta disso tudo, o banco deixa claro que está em busca de um novo perfil de funcionário.

O próprio presidente do banco afirmou isso em entrevista ao Jornal Valor Econômico, publicada na última segunda-feira (3). Milton Maluhy Filho chegou à presidência em fevereiro com a missão de aprofundar a transformação digital no Itaú. Sete meses depois, o executivo vê avanços na tecnologia, mas diz que o grande desafio é renovar a cultura da instituição financeira.

“Em momento alguma ele fala sobre o funcionário, sobre a valorização dos trabalhadores que levaram o banco a ser o maior da América Latina”, lamenta Jair Alves, coordenador da Comissão de Organização de Empresa (COE) do Itaú.

Na reunião entre o Comando Nacional dos Bancários e os representantes dos sindicatos, no dia 25 de agosto, o CEO da Área de Pessoas apresentou a todos um “banco do futuro” no qual, segundo ele, não há espaço para discriminação, há uma busca constante pela diversidade e uma profunda mudança de cultura. “O que vemos são dois bancos diferentes: um que ele nos apresenta e outro vivido pelos trabalhadores no dia a dia”, aponta Jair Alves. “Muitas denúncias de trabalhadores com mais tempo de banco estão chegando aos sindicatos de todo o país. Eles relatam que são caracterizados como mais velhos e que estão sofrendo humilhações feitas pelos gestores, que também não respeitam a questão de gênero. Temos relatos de trabalhadores de departamentos e de agências, que passaram por esses constrangimentos”, relata.

O dirigente conta ainda que grande parte das denúncias foram relatadas por trabalhadores desligados que passaram pelo processo de Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), que incluíram na justificativa de seus pedidos, o assédio moral e os danos morais que sofreram por conta de constrangimentos, exposições em reuniões e chacotas feitas pelos gestores.

Em seus relatos, os bancários denunciam algumas das frases usadas pelos gestores. Veja abaixo:

  • “De espaço aos mais novos, seu tempo de banco já deu o que tinha que dar.”
  • “Precisamos de mentes frescas, novas ideias. O banco está se reinventando.”
  • “Vamos dar prioridade à juventude, seu momento de crescimento já passou.”
  • “Não vou promover você porque está velho demais.”
  • “O que você pretende no banco? É preciso pensar no futuro porque seus dias estão contados.”
  • “O Itaú é um banco de gente jovem.”

Sindicato e Contraf-CUT cobram providências

Em diversas reuniões, os dirigentes sindicais alertaram a direção do banco sobre a postura inadequada dos gestores. E essas novas denúncias serão levadas ao banco para que medidas sejam tomadas. “Esses desligamentos não são motivados por baixa performance, uma vez que são trabalhadores que entregam resultados. O problema é que o banco está desligando trabalhadores com idade avançada ou com muito tempo de casa, e que são tratados como objetos descartáveis”, denuncia o coordenador da COE do Itaú.

 

Outras notícias

(16) 3336-6700 / 3335-6333 / 3331-3771

Rua Pedro Álvares Cabral, 1902 - Centro CEP: 14801-390 - Araraquara - SP

  • Siga-nos nas redes sociais:

2020 - www.bancariosararaquara.org.br - Todos os direitos reservados.

Desenvolvido por: Connect Core