Em audiência pública realizada na Câmara dos Deputados, na quarta-feira (11), a comissão especial que analisa a proposta de reforma administrativa (PEC 32/20) discutiu a situação dos servidores públicos com a reforma.
Ao contrário do que argumenta o governo e os defensores da PEC, a reforma vai atingir todos os servidores – futuros e atuais, já que trata, por exemplo, da progressão por tempo de serviço. A estabilidade do servidor público é outro direito que está ameaçado pela reforma.
Para o diretor da Secretaria de Assuntos Jurídicos, Institucionais e Terceirizados da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Mario Alberto Dal Zot, “a reforma é a volta do clientelismo, do apadrinhamento”. Para ele, com as mudanças propostas pela PEC da Reforma, o servidor vai atender mais ao patrão do que ao cidadão. “O Estado Brasileiro está sendo desestruturado. O que estamos assistindo é a entrega dos direitos sociais e da soberania nacional ao mercado”, disse.
Para o deputado Rui Falcão (PT/SP), é a estabilidade que garante proteção ao servidor para, inclusive, denunciar indícios de corrupção. Como exemplo, Falcão citou o servidor do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda, que denunciou supostas irregularidades e oferta de propina envolvendo a compra da vacina Covaxin. “A estabilidade é um princípio de garantia do serviço público”, disse. Ele também criticou o artigo 37 da PEC, que reduz o papel do Estado e “permite que o mercado tome conta do serviço público”, explicou Falcão.
Sobre esse assunto, a representante do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas, Rita Serrano, argumentou que o Brasil caminha na contramão do mundo, quando países com conceitos neoliberais com Estados Unidos e outros da Europa passaram a reestatizar empresas públicas e valorizar as suas estatais. E destacou que nos países onde a presença do Estado é forte, com serviços públicos organizados, foi possível superar a pandemia com mais rapidez.
“Essa PEC tem uma série de distorções ao favorecer e tratar o sistema privado como se fosse melhor. A pandemia deixou evidente que se o Estado não controla suas áreas estratégicas, as dificuldades para enfrentar a crise, seja sanitária, econômica ou social, é muito maior”, analisou.
Rita Serrano destacou a importância do Sistema Único de Saúde (SUS), da Caixa Econômica Federal, dos Correios, do Butantan e da Fiocruz para socorrer o país na crise.
“É fundamental e deve ser uma busca constante de todos os agentes públicos melhorar a qualidade de atendimento para a população, mas não se faz isso precarizando as condições dos servidores muito menos privatizando empresas estratégicas para o país”, finalizou Rita Serrano, que também é representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa (CA/Caixa).
Outro ponto da PEC criticado pelos participantes diz respeito aos acordos coletivos. A Reforma insere no artigo 173 da Constituição a nulidade da concessão de estabilidade ou proteção no emprego por meio de negociação coletiva e individual. “É um absurdo que haja ingerência nos acordos e convenções coletivas. É preciso respeitar as construções feitas, pois isso indica a liberdade do processo negocial. A liberdade sindical está prevista na legislação como bem que não pode ser açoitado”, argumentou a deputada Erika Kokay (PT/DF). “É uma proposta extremamente nefasta e que só busca retirar direitos. Em nenhum momento é possível detectar [na PEC] qualquer instrumento ou mecanismo para elevar a qualidade do serviço público. Ela só busca punir”, concluiu a deputada.
Desemprego recua para 6,2% no trimestre e atinge a menor taxa da série histórica
Sindicatos da FETEC-CUT/SP aprovam propostas para a 1ª Conferência Nacional dos Bancários Aposentados
Conselho de Usuários reforça mobilização nacional em defesa do Saúde Caixa
Plebiscito Popular 2025 mobiliza bancários de Araraquara pelo fim da escala 6x1, isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e taxação dos super-ricos
Congresso derruba reajuste de IOF para obrigar governo a cortar recursos de saúde e educação
Atualização da NR-1 reacende debate sobre saúde mental e gestão abusiva nos bancos
Boato de reestruturação segue preocupando empregados da Caixa
Sindicato participa da 14ª Conferência Municipal de Saúde de Araraquara e reafirma compromisso com o SUS e a cidadania
Sindicato alerta para tentativa de golpe em nome do jurídico da entidade
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias