Tecnologia não pode servir para a redução de postos de trabalho
Debate foi realizado no lançamento da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação, uma iniciativa do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) a fim de promover políticas públicas do setor de inovação e tecnologia
Data: 02/06/2023 às 11:46
Fonte: Seeb SP, com edição de Seeb Araraquara

“A tecnologia não pode servir apenas para o aumento dos lucros e para a diminuição dos postos de trabalho. Também tem de ser boa para o trabalhador. Não vale somente uma parte da sociedade ganhar com a tecnologia […]. Não pode ser feita para a pessoa trabalhar 24 horas por dia. Os trabalhadores não podem ser escravos da tecnologia.”

A afirmação foi feita pela coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, durante o lançamento da Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua integração com o Mercado de Trabalho. O evento ocorreu nesta quinta-feira 1º, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. 

“O que nós vemos hoje é uma mudança radical no dia a dia do trabalhador [por causa da tecnologia], com a retirada de postos de trabalho e o aumento do lucro das empresas. O movimento sindical acha importantíssima a redução da jornada de trabalho […]. Hoje se discute, por exemplo, a jornada semanal de quatro dias, sem redução de salário, porque seria uma forma de o trabalhador se apropriar dessa tecnologia”, defendeu a dirigente.

Ivone Silva lembrou ainda que o regime de trabalho remoto é cada vez mais comum. E, por isto, são fundamentais políticas públicas que permitam a democratização da internet e dos aparelhos; por meio da criação de pólos para conexão gratuita nas moradias populares e em bairros afastados das regiões centrais das cidades; e de planos de internet mais acessíveis.

“Outro ponto que temos de destacar é que o trabalhador tem gênero e tem raça. E os melhores postos de trabalho da tecnologia e que pagam melhor são ocupados por homens brancos. As mulheres não estão sendo formadas para este setor de ponta. E na questão de raça, os negros e negras não conseguem chegar a estes postos de trabalho. O Estado tem de destinar investimento para a formação de negros e de negras”, afirmou Ivone.

A dirigente ressaltou que uma das reivindicações do movimento sindical frente aos bancos é a inclusão de negros e de negras na formação para a ocupação de postos de tecnologia.

Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação

A Frente Parlamentar pelo Desenvolvimento da Ciência, Tecnologia, Inovação e sua integração com o Mercado de Trabalho é uma iniciativa do deputado estadual e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Luiz Claudio Marcolino (PT).

A proposta tem como objetivo constituir uma frente ampla a fim de promover políticas públicas do setor de inovação e tecnologia no Estado, com a participação dos poderes Legislativo e Executivo; e de trabalhadores, empresários e de instituições de ensino e pesquisa.

Pretende ainda contribuir e definir novas diretrizes e ações de incentivo que favoreçam a inclusão, de maneira efetiva, dos cidadãos paulistas no processo de inovação no Estado de São Paulo.

Na cerimônia de lançamento da frente, o deputado elencou desafios como revitalizar e modernizar o parque industrial a fim de combater a desindustrialização; capacitar mão de obra e gerar empregos de qualidade; modernizar o agronegócio e incluir segmentos mais vulneráveis da sociedade.

Marcolino enfatizou a importância da pesquisa, do desenvolvimento e da inovação tecnológica para a competitividade da economia no Estado de São Paulo, e afirmou que entre 2002 e 2020 a participação da unidade federativa no PIB nacional caiu de 34,9% para 31,6%.

“Isto significa que São Paulo deixou de gerar R$ 230 bilhões a cada ano. O Estado vive nas últimas décadas a necessidade de dar resposta a grandes desafios”, afirmou Luiz Cláudio.

“É fundamental que o desenvolvimento desse setor tenha estratégias por meio de políticas públicas para proporcionar oportunidades de emprego para pessoas de baixa renda, para que os avanços tecnológicos também signifiquem avanços sociais e de qualidade de vida, com inclusão social e redução da pobreza”, afirmou Luiz Claudio Marcolino.

 

 

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