
O Super Caixa, programa de remuneração variável implementado pela Caixa Econômica Federal para o 2º semestre de 2025, segue sendo alvo de intensas críticas das entidades de representação das empregadas e empregados. O modelo, criado unilateralmente pelo banco e apresentado como “prêmio por liberalidade”, alterou regras de habilitação, cálculo e distribuição da premiação, ampliou exigências e, na prática, tornou mais difícil o acesso ao benefício, principalmente para quem atua diretamente nas agências.
Desde sua divulgação, a Contraf-CUT, por meio da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, federações e sindicatos vêm denunciando que o programa aumenta a pressão sobre as equipes, baseia-se em indicadores complexos, penaliza unidades inteiras e impacta diretamente a renda de trabalhadoras e trabalhadores, sem que tenha havido qualquer negociação coletiva prévia.
Segundo as entidades, o modelo reforça a cobrança por metas, carece de previsibilidade e não reflete de forma fiel a realidade das agências, especialmente diante do quadro reduzido de pessoal e do aumento constante de demandas geradas por programas sociais e políticas públicas operadas pela Caixa.
Principais críticas
Entre os pontos mais criticados, destacam-se:
- Exigências elevadas de habilitação, baseadas em resultados de unidade que não dependem exclusivamente do esforço individual;
- Indicadores complexos e pouco transparentes, dificultando o entendimento do cálculo;
- Penalizações por desempenho de terceiros, o que desestimula o trabalho coletivo e gera conflito interno;
- Pressão permanente por metas, ampliando o risco de adoecimento;
- Ausência total de negociação com as entidades representativas, desrespeitando a mesa permanente;
- Impacto direto sobre a renda, já que o programa substitui mecanismos anteriores mais estáveis e previsíveis.
Fora da realidade
Para o coordenador da CEE/Caixa, Felipe Pacheco, o programa reforça desigualdades e não considera as condições reais da rede de atendimento. “O Super Caixa não reconhece a realidade de quem trabalha na ponta. É inadmissível que um programa que impacta a renda de milhares de empregados seja construído sem negociação, com regras que penalizam quem já sofre com sobrecarga e falta de pessoal. Esse modelo precisa ser revisto para garantir justiça e transparência”.
Felipe reforça que a CEE continuará cobrando mudanças e que a Caixa deve respeitar o diálogo com as entidades. “A Caixa não pode tratar remuneração como liberalidade unilateral. A mesa de negociação existe para proteger direitos e construir soluções. O banco precisa ouvir suas empregadas e empregados”.
Programa abre portas para o assédio e o adoecimento
O diretor da Contraf-CUT, Rafael de Castro, alerta para os impactos do programa na saúde mental das equipes. “O Super Caixa intensifica a pressão por metas, expõe trabalhadores a comparações constantes e amplia o risco de adoecimento. Não podemos aceitar que a Caixa use indicadores punitivos e pouco claros para determinar quem será ou não premiado. Isso não é valorização, é adoecimento institucionalizado.”
Rafael destaca que os indicadores de habilitação, como o Resultado.Caixa, Negócios Sustentáveis e satisfação de clientes, não refletem apenas esforço, mas também fatores estruturais. “O empregado não pode ser responsabilizado por questões que extrapolam seu trabalho individual. Isso é injusto e desrespeitoso.”
Falta de transparência
A representante da Fetec-CUT/SP na CEE, Luiza Hansen, enfatiza que o programa falha em dois pilares básicos de qualquer ferramenta de reconhecimento: clareza e objetividade. “Transparência e simplicidade são fundamentais. Hoje, o Super Caixa tem regras difíceis de interpretar, cálculos pouco claros e premissas que mudam de acordo com o desempenho de toda a unidade. Isso afeta a previsibilidade da remuneração e prejudica a organização de vida das trabalhadoras e trabalhadores”.
Luiza também aponta que não basta a Caixa afirmar que “analisará sugestões”. “As entidades apresentaram diversos pleitos e nenhum foi atendido até agora. A Caixa precisa não apenas ouvir, mas implementar mudanças reais. O programa só será justo se refletir o cotidiano de quem atende a população todos os dias.”
Mudanças já!
Diante das inconsistências e dos impactos negativos do modelo, a Contraf-CUT, por meio da CEE/Caixa, segue cobrando:
- Negociação efetiva das regras;
- Simplificação dos critérios;
- Transparência nos indicadores;
- Proteção à saúde mental;
- Previsibilidade na remuneração;
- Respeito às condições de trabalho da categoria.
O movimento sindical reforça que o reconhecimento às pessoas que constroem diariamente a Caixa não pode se dar por meio de programas que ampliam desigualdades, geram insegurança e ignoram a realidade enfrentada por quem atende milhões de brasileiros em todo o país.
“Reafirmamos nosso compromisso de permanecer junto à Contraf-CUT, às federações e às entidades que representam a categoria, acompanhando e enfrentando os problemas do Super Caixa. Vamos seguir exigindo que o banco corrija o programa imediatamente, garantindo equidade, reconhecimento e condições dignas para quem faz a Caixa acontecer todos os dias”, reforça o presidente do Sindicato dos Bancários de Araraquara e região, Paulo Roberto Redondo.

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