
O Comitê Diretivo da UNI Américas – braço continental da UNI Global Union, que representa mais de 20 milhões de trabalhadores dos setores de serviços do mundo todo – aprovou uma moção em apoio às trabalhadoras e trabalhadores argentinos, por conta do risco de privatização do Banco La Nación.
Em janeiro, o presidente da Argentina, Javier Milei, encaminhou ao Congresso do país uma lista de privatizações, que inclui o banco que, neste ano, comemora 132 anos de história.
“Tal como nos anos 90, hoje há uma nova tentativa de privatização deste histórico banco público, mas desta vez ocorre no quadro de um governo libertário ou anarcocapitalista que considera que o Estado não é necessário e deve ser desmantelado”, alertam os representantes da UNI América na declaração, publicada na segunda-feira (18), em reunião que ocorreu em Buenos Aires, Argentina.
A secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, que participou do encontro, destaca que o apoio regional aos trabalhadores e trabalhadoras argentinos reforça uma pauta internacional de luta do movimento sindical.
“O chamado ‘movimento libertário’, defendido por Milei e difundido por grupos de extrema direita, nada mais é do que a destruição total do Estado, o que significa a não existência de estruturas públicas que são necessárias para a justiça social, para a desconcentração de renda e contra a pobreza. É o oposto ao Estado de Bem-estar Social, sistema responsável pelos avanços sociais que foi possível conquistar ao longo da história recente”, explica.
Na declaração, o Comitê Diretivo da UNI Américas lembra ainda da importância dos bancos públicos para a redução das desigualdades regionais, ao destacar que “ao longo da história, o Banco La Nación tem sido sinônimo de desenvolvimento da Argentina e tem a capacidade de ser o motor da economia”.
Preparativos para a 6ª Conferência Regional
No encontro em Buenos Aires, o Comitê Diretivo da UNI Américas, também aprovou os eixos temáticos da 6ª Conferência Regional, que ocorrerá nos dias 5, 6 e 7 de dezembro, na cidade de Córdoba, também na Argentina.
Os eixos temáticos aprovados foram: rompendo barreiras; defesa da democracia e justiça social; transformação econômica no mundo do trabalho; meio ambiente e diversidade.
“Além disso, durante esse encontro, todos os setores que fazem parte da UNI deram informes de como foram os trabalhos desenvolvidos ao longo de 2023”, completou Rita Berlofa. “Essas reuniões periódicas são fundamentais para o alinhamento de estratégias e reconhecimento das conjunturas políticas regionais e mundial”, pontuou.
Veja a seguir, a declaração na íntegra:
DECLARAÇÃO DO COMITÊ DIRETOR DA UNI AMÉRICAS
Nós, do Comitê Diretor Regional da UNI Américas, expressamos nossa solidariedade aos bancários da Argentina, agrupados na A Associação Bancária, e repudiamos a tentativa de privatização do Banco La Nación que o governo libertário do presidente Javier Milei pretende.
Tal como nos anos 90, hoje há uma nova tentativa de privatização deste histórico banco público, mas desta vez ocorre no quadro de um governo libertário ou anarcocapitalista que considera que o Estado não é necessário e deve ser desmantelado.
Ao longo da história, o Banco La Nación tem sido sinônimo de desenvolvimento da Argentina e tem a capacidade de ser o motor da economia.
Apoiamos o plano de luta e a campanha nacional denominada “Eu assino”, que consiste na coleta de assinaturas para rejeitar a tentativa de privatização e transformação do Banco La Nación em sociedade anônima.
Defender o Banco La Nación é proteger o bem fundamental do país e defender a Pátria. O BNA [de Banco de La Nación Argentina] é a ferramenta financeira fundamental para a economia nacional e para as economias regionais, com presença em todas as cidades da Argentina, que garante uma verdadeira inclusão financeira e atenção a toda a população, com a maior rentabilidade e uma carteira de inadimplência igual dos bancos internacionais.
Reafirmamos que contar com bancos públicos é essencial para a implementação de um modelo argentino que incorpore a vontade do Povo, que seja autêntico e útil para a Pátria.
Ter um banco público é uma necessidade estratégica para a Argentina e a região.
Pelas razões acima expostas, reafirmamos o nosso compromisso com a luta dos bancários em defesa do Banco La Nación e com os modelos nacionais cujas políticas são direcionadas para alcançar a Justiça Social.
Esta é a luta do povo argentino como um todo.

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