A terceira fase da Operação Resgate retirou 532 pessoas de condições de trabalho análogo à escravidão em agosto. De acordo com o Ministério do Trabalho, um dos seis órgãos públicos envolvidos, esta é a maior ação conjunta de combate ao trabalho escravo e tráfico de pessoas no Brasil. Ao todo, mais de 70 equipes de fiscalização participaram de 222 inspeções em 22 estados e no Distrito Federal.
Com mais esses 532 trabalhadores, o total de resgatados chega a 2.077 no ano. Minas Gerais (204), Goiás (126), São Paulo (54), Piauí (42) e Maranhão (42) foram os estados com maior número de pessoas encontradas.
“Entre as atividades econômicas com maior número de vítimas na área rural estão o cultivo de café (98), cultivo de alho (97) e cultivo de batata e cebola (84). Na área urbana, destacaram-se os resgates ocorridos em restaurantes (17), oficinas de costura (13) e construção civil (10), além de trabalho doméstico”, informou o ministério.
Nesse sentido, o ministro Luiz Marinho disse que é preciso provocar a sociedade, especialmente o empresariado, para acabar com esse tipo de prática. “Não é possível que a gente continue tendo instituições, empresas e pessoas físicas que coloquem o ser humano sujeito ao trabalho análogo à escravidão. Isso é uma agressão aos direitos humanos, é inaceitável. Precisamos dar um basta nisso”.
O ministro também afirmou que a exploração do trabalho análogo à escravidão “custa caro” ao Brasil e aos brasileiros. “Custa caro para a imagem do país lá fora. Pode custar caro para a nossa balança comercial. Porque uma atividade econômica, que assume o risco desta mancha, compromete a imagem do nosso país”.
Trabalho doméstico e infantil
A operação também resgatou 10 trabalhadores domésticos, três homens e sete mulheres. Entre elas, uma idosa de 90 anos que trabalhou por 16 anos sem carteira assinada na residência de uma empregadora de 101 anos no Rio de Janeiro. A vítima é a pessoa mais idosa já resgatada de trabalho escravo no Brasil.
Além disso, as equipes flagraram 26 crianças e adolescentes submetidos a trabalho infantil, das quais seis também estavam sob condições semelhantes à escravidão. Ao mesmo tempo, pelo menos 74 do total de resgatados também foram vítimas de tráfico de pessoas.
Os trabalhadores já receberam, aproximadamente, R$ 3 milhões em verbas rescisórias e já foram pagos cerca de R$ 2 milhões em danos morais coletivos. O valor total será maior, pois muitos pagamentos ainda estão em processo de negociação com os empregadores ou serão judicializados.
Entre as operações que mais chamaram a atenção das equipes está o resgate de 97 trabalhadores que atuavam na colheita do alho em Rio Paranaíba (MG). Dentre eles, seis adolescentes – dos quais uma grávida. No ambiente de trabalho, não havia banheiros suficientes, local para aquecimento da alimentação e cadeiras para os empregados se sentarem. Os trabalhadores não tinham carteira de trabalho assinada nem receberam Equipamentos de Proteção Individual (EPIs).
Negociação e fortalecimento dos sindicatos
Marinho afirmou que o governo pretende acabar com o trabalho escravo e o trabalho infantil no país. “O que nós precisamos é zerar esses números”. Para tanto, ele aposta num “ambiente fértil” de negociação entre empregados e empregadores.
“Queremos convencer os empregadores que não façam de novo. Que busquem a construção dos acordos, das convenções coletivas. Essa é uma necessidade premente, da recuperação da capacidade de representação dos sindicatos brasileiros, de trabalhadores e de empregadores”.
Além disso, ele afirmou que é preciso aprimorar o “pós-resgate”, de modo a evitar que trabalhadores resgatados sejam novamente submetidos a esse tipo de violência. “Estamos encaminhando, sim, para a área de desenvolvimento social, para as demais áreas – para a qualificação, oferecendo cursos –, mas acho que precisamos fazer um trabalho mais amarrado no pós-resgate”.
Curso Paternidade e Maternidade com Relações Compartilhadas inicia nova turma em junho
Caderno dos Estados 2025 destaca papel da Caixa no desenvolvimento social e econômico do país
Pesquisa confirma: empregados querem reajuste zero nas mensalidades e melhoria da rede no Saúde Caixa
Emprego bancário segue em queda no primeiro trimestre de 2025, aponta Novo Caged
Justiça acata parcialmente ação da Contraf-CUT contra a Cassi e determina regras para cobrança de contribuições
Santander antecipa 1ª parcela do 13º apenas para empregados admitidos até dezembro de 2024
Coletivo Nacional de Saúde debate mudanças na NR-1 e junta médica
Consulta pública do Banco Central sobre regulação de fintechs termina em 31 de maio
Caixa aprova incorporação de participantes do REB ao Novo Plano
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias