O Santander anunciou, nesta sexta-feira (30), por meio de um comunicado aos funcionários, que vai terceirizar toda a área de manufatura do banco. O movimento sindical estima que, em um primeiro momento, cerca de 1,7 mil trabalhadores, hoje lotados no Radar Santander, em sua maioria, e parte na Torre e no Conexão, deixarão de ser funcionários do banco e passarão a ser funcionários da “SX Tools”, uma empresa criada pelo próprio banco.
Desde a manhã desta sexta-feira estão ocorrendo diversas reuniões internas com as áreas atingidas para informar que a transferência terá início já na segunda-feira (3), mas, até poucos dias, o banco dizia que haveria apenas uma transferência de local físico da área. A mudança pode afetar contrato de trabalho, representação sindical e direitos dos trabalhadores garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho da categoria.
Uma reunião de emergência, solicitada pela representação dos trabalhadores, com o departamento de Recursos Humanos do banco está marcada para as 17h desta sexta-feira.
“Um processo de diálogo e de negociação permanente pressupõe transparência e credibilidade. A direção do Santander não tomou a decisão de terceirizar centenas de funcionários, e muito menos formulou essa mudança de um dia para o outro”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Lucimara Malaquias. “Essa alteração em um período tão curto, informando os trabalhadores na última hora e sem negociação prévia, sinaliza que o banco não respeita o processo negocial coletivo, não está aberto ao diálogo e tampouco respeita os trabalhadores que serão submetidos a alterações profundas nos seus contratos de trabalho, podendo resultar em perdas significativas de salário e de direitos”, completou.
A secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Rita Berlofa, disse que o movimento sindical não medirá esforços para garantir o direito e a representação sindical dos trabalhadores.
“O Santander é um dos bancos mais lucrativos do Brasil, de onde ele tira aproximadamente 28% de seu lucro mundial. Mesmo assim, é insensível à crise pela qual passa nosso país. Não faz nada para tentar amenizar o problema e ainda cria outros, com a retirada de direitos e redução de salários de seus funcionários para conseguir obter ainda mais lucro”, disse Rita. “Além disso, tem práticas antissindicais e é pouco confiável na relação com a representação dos trabalhadores”, completou.
Para a coordenadora da COE, os trabalhadores precisam perceber que a luta contra a terceirização passa diretamente pelas eleições deste domingo (2). “São os deputados e senadores eleitos que criam as leis, como a que permite a terceirização irrestrita nas empresas”, afirmou Lucimara. “Portanto, é responsabilidade de cada um fazer boas escolhas nas urnas. O que for responsabilidade coletiva e dever do sindicato, nós faremos. Porém, mudar as leis e as regras do jogo depende do Congresso Nacional e do presidente a serem eleitos”, acrescentou a dirigente.
Em reunião realizada pela manhã, os representantes do banco apresentaram as novas condições aos bancários de forma efusiva e sensacionalista, em uma tentativa de fazer os trabalhadores se posicionar favoravelmente e induzi-los a acreditar que as mudanças serão benéficas.
“O tom da apresentação da mudança foi vergonhoso, em uma tentativa de convencer os trabalhadores a acharem incrível que, a partir de segunda-feira, perderão os direitos e conquistas garantidos pela Convenção Coletiva de Trabalho de uma das categorias mais organizadas do país. Ou seja, perder direito no Santander virou festa, porque, com isso, o banco reduzirá custos e aumentará seus lucros. Os trabalhadores que nos procuraram disseram que se sentem enganados e traídos pelo banco”, destacou Lucimara.
Itaú: Demissões por justa causa crescem e movimento sindical alerta para procedimentos incorretos
Movimento sindical expõe relação entre aumento de fintechs e precarização no setor financeiro
Quem ganha e quem perde com a redução da meta atuarial?
Dia Nacional de Luta: Sindicato intensifica mobilização em defesa do Saúde Caixa
Audiência pública no dia 3 de julho, em Araraquara, denunciará impactos da terceirização no setor financeiro
Empregados reivindicam reajuste zero do Saúde Caixa
Afubesp denuncia violência contra idosos cometida pelo Santander
Audiência Pública na Alesp denuncia desmonte promovido pelo Santander e mobiliza categoria contra terceirização e precarização
Solidariedade que aquece: Campanha do Agasalho do Sindicato dos Bancários de Araraquara reforça compromisso com a cidadania
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias