Movimentos sociais e entidades sindicais e representativas ligadas à Uni Global Union divulgaram na última quarta-feira (7) o manifesto “Um golpe suave está em andamento na Colômbia”, em apoio ao presidente do país, Gustavo Petro, e contra movimentos da oposição que podem levar a um golpe de Estado contra o primeiro governo de esquerda da história colombiana. Mais de 370 personalidades assinaram o documento, incluindo o vencedor do Prêmio Nobel da Paz Adolfo Pérez Esquivel, o jurista espanhol Baltasar Garzón, o líder trabalhista britânico Jeremy Corbyn e o ex-candidato presidencial francês Jean-Luc Mélenchon.
“Desde que tomou posse, em agosto do ano passado, o progressista, sua vice-presidenta Francia Márquez Mina, primeira mulher negra a assumir esta posição no Executivo, e parlamentares ligados ao Pacto Histórico vêm sofrendo uma série de ataques articulados pela oposição por meio da mídia, do judiciário e de militares reformados, num claro processo do golpe via lawfare [guerra jurídica], para que as potências tradicionais retomem o governo”, explicou a presidenta da UNI Finanças Mundial, Rita Berlofa, que também é secretária de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e aderiu ao manifesto.
A presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Ivone Silva, e o deputado do Estado de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, também assinaram o documento.
Entre os ataques a Petro estão uma série investigações abertas pela procuradora-geral da República, Margarita Cabello, contra representantes do Pacto Histórico e que pode levar à suspensão, demissão e desqualificação de congressistas que são da base do governo. “Cabello, por acaso, é aliada do ex-presidente do país Álvaro Uribe que, por sua vez, foi Ministro da Justiça do governo anterior, de Iván Duque”, destacou Rita Berlofa.
Um dos congressistas perseguidos pela procuradora-geral é o senador Wilson Arias, por ter se manifestado contra a violência policial durante os protestos nacionais de 2021, chamando de “crime” as ações truculentas. Para Cabello, o parlamentar usou “expressões caluniosas” contra as Forças Armadas da Colômbia. Outro promotor da República pediu busca e apreensão na residência oficial do Presidente, por um roubo na casa da então chefe de gabinete de Petro, Laura Sarabia.
Em maio, um influente ex-diretor da Associação de Oficiais Reformados das Forças Militares da Colômbia, John Marulanda, ajudou a inflamar a oposição contra Petro ao dizer, durante uma entrevista, que o país deveria seguir o exemplo do Peru e “destituir um sujeito que foi guerrilheiro”. Um dia antes da declaração, militares da reserva haviam participado de manifestação contra o governo, na Praça Bolívar, na capital Bogotá.
O presidente da Colômbia é ex-guerrilheiro, ex-prefeito de Bogotá e sempre foi crítico da atuação do Exército no passado. Conseguiu ser eleito democraticamente em uma disputa acirrada com o empresário, populista de direita e antissistema Rodolfo Hernández. Mas, os maiores opositores do petrismo são os militares, aliados do ex-presidente Álvaro Uribe (2002-2010).
“Petro alcançou o poder com propostas para reformas estruturantes que está tentando levar adiante para aumentar salários, melhorar a saúde, a previdência e que inclui a pauta ambiental. Então, o que ele e os apoiadores enfrentam neste momento são ataques da velha elite, que enriqueceu historicamente em cima da exploração do povo e que deseja impedir qualquer reforma que reduza seus lucros e proporcione a redução de desigualdades”, destacou a presidente a Contraf-CUT e vice-presidenta da CUT, Juvandia Moreira, que também aderiu ao manifesto. “Por isso, nós aderimos ao manifesto em apoio a Petro e seu governo, que sofrem agora a mesma guerra jurídico-política que o presidente Lula sofreu aqui no Brasil com a Lava Jato que, como os vazamentos de conversas comprovaram, tratou-se de um conluio político via judiciário, tendo como testas o então juiz Moro e o então procurador Dallagnol”, completou.
Clique para ler o manifesto “Um golpe suave está em andamento na Colômbia”.
Brasil sai do Mapa da Fome da ONU
Movimento sindical bancário leva à Alesp debate sobre saúde mental da categoria
Trabalhadores cobram e bancos aceitam criar mesa permanente de negociações sobre IA
O que acontece se a meta atuarial for ultrapassada?
1º de agosto é dia de ir às ruas defender nossa soberania
Operadora chinesa de cartões vai atuar no Brasil, diz site; entenda!
Afastamentos por transtornos mentais nos bancos crescem 168% em 10 anos
Retirada de Patrocínio no Banesprev: respostas para perguntas frequentes
Representação dos empregados envia ofício questionando se recente mudança estatutária apurada pelo Valor debateu teto de custeio do Saúde Caixa
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias