O Banco Santander lucrou R$ 7,520 bilhões no Brasil no primeiro semestre de 2025, um crescimento de 18,4% em relação ao mesmo período de 2024. Apesar do desempenho positivo, o banco eliminou 1.173 postos de trabalho nos últimos 12 meses — sendo 1.385 somente no 2º trimestre deste ano — e fechou 561 pontos de atendimento, o que escancara a contradição entre os ganhos crescentes e o desmonte da estrutura física e humana.
No trimestre, o lucro líquido gerencial caiu 5,2%, passando de R$ 3,861 bilhões nos primeiros três meses do ano para R$ 3,659 bilhões no segundo trimestre. O retorno sobre o patrimônio (ROE) anualizado ficou em 16,4%, com acréscimo de 0,9 ponto percentual em 12 meses.
“A política de redução de custos agressiva implementada pelo Santander no Brasil não é observada nos demais países da América, tampouco na casa matriz na Espanha. É importante destacar que grande parte das demissões realizadas no país afetaram as mulheres, que já representaram 59% do quadro de empregados e hoje, segundo o Relatório de Transparência do Governo Federal, somam apenas 43% da força de trabalho. É lamentável essa discriminação, é lamentável uma política de corte que não tem trazido nenhum benefício aos empregados, aos clientes, nem à sociedade brasileira. O papel do Banco Santander, que atua no Brasil há mais de 30 anos por meio de uma concessão pública, deveria ser o de promover o atendimento à população e contribuir com o desenvolvimento econômico e social. Nós, das entidades sindicais, seguiremos mobilizadas em defesa do emprego bancário, lutando por melhorias nas condições de trabalho e por um atendimento de qualidade a todos os clientes”, afirma Wanessa Queiroz, coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander.
O crescimento no semestre foi impulsionado pela expansão da margem financeira, que subiu 4,4% em 12 meses, puxada pela alta de 11,3% na margem com clientes. Já na comparação trimestral, houve queda de 3,3% na margem financeira, reflexo da elevação das taxas de juros, parcialmente compensada pelos ganhos com clientes.
Globalmente, o banco teve lucro de € 6,833 bilhões no período, alta de 13% em doze meses. A operação brasileira foi a segunda mais lucrativa do grupo, com € 996 milhões, atrás apenas da matriz na Espanha (€ 2,258 bilhões), representando 14,6% do lucro global.
Crédito e inadimplência
A Carteira de Crédito Ampliada cresceu 1,5% em 12 meses, chegando a cerca de R$ 675,5 bilhões. Em relação ao trimestre anterior, porém, houve retração de 1,0%. A carteira pessoa física ficou praticamente estável, com destaque para o crescimento no cartão de crédito (+13,1%) e queda no crédito consignado (-10,2%). Já a carteira pessoa jurídica teve queda de 5,0% no ano, com retração de 13,0% no crédito para grandes empresas e alta de 11,2% para pequenas e médias empresas.
A inadimplência acima de 90 dias ficou em 3,1% em junho de 2025, praticamente estável em relação a junho de 2024. As despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD) aumentaram apenas 0,7%, somando R$ 13,3 bilhões.
Receitas e despesas
As receitas com prestação de serviços e tarifas bancárias somaram R$ 10,949 bilhões no semestre, permanecendo estáveis. Já as despesas de pessoal, incluindo PLR, aumentaram 4,0%, alcançando cerca de R$ 6,3 bilhões. Com isso, o índice de cobertura dessas despesas pelas receitas secundárias ficou em 174,4% no fim do semestre.
Redução no quadro e fechamento de agências
Ao final de junho de 2025, o Santander contava com 53.918 empregados, frente aos 55.091 de junho de 2024. Em doze meses, foram 1.173 demissões líquidas. No mesmo período, a base de clientes aumentou em 4,5 milhões, atingindo 71,7 milhões de pessoas.
No que se refere à estrutura física, o banco fechou 561 unidades de atendimento em um ano, das quais 159 no último trimestre.
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