Na tarde desta quarta-feira (25/10), o governo anunciou a troca na presidência da Caixa. Após um grande período de especulações sobre a mudança no comando do banco, com forte movimentação de líderes do Centrão para assumir a instituição, a saída de Rita Serrano, então presidenta, foi concretizada após controvérsia envolvendo exposição realizada na Caixa Cultural de Brasília, que teve entre as peças uma imagem com fotos de Arthur Lira (presidente da Câmara e nome forte do Centrão), Damares Alves e Paulo Guedes em uma lixeira.
O indicado para a presidência, Carlos Antonio Vieira Fernandes (mais conhecido como Carlos Vieira), é empregado da Caixa desde 1989. Apadrinhado pelo Partido Progressistas (PP) de Arthur Lira (PP-AL), foi número dois de Aguinaldo Ribeiro (PP-PB) no Ministério da Integração Nacional entre 2014 e 2015. No governo Temer, quando a Caixa era presidida por Gilberto Occhi, assumiu a presidência da Funcef, de onde saiu no início de 2019 – sempre sob a indicação do mesmo grupo político.
Quando esteve à frente da Funcef, Carlos Vieira deu início ao projeto de alteração do estatuto – que retirou direitos dos participantes da Fundação – e, em 2017, reduziu a taxa de juros da meta atuarial dos planos de benefícios administrados pela Fundação – aumentando o déficit em mais de R$ 7 bi. Além disso, Vieira não assumiu compromisso de cobrar da patrocinadora sua responsabilidade no contencioso judicial, o que poderia reduzir as provisões contábeis e diminuir o déficit dos planos. Recentemente, Vieira também atuou no Banco de Brasília (BRB).
O processo de enfraquecimento da Caixa, com a diminuição do número de empregados, reestruturações, tentativas de fechamento de unidades, fatiamento e venda de ativos e tentativas de privatizações de suas subsidiárias começou a tomar forma quando Occhi esteve na presidência do banco, e Vieira fazia parte do projeto ao ser o representante de Occhi na Funcef.
O Sindicato dos Bancários de Araraquara e região alerta para o fato de alguém com este histórico assumir a instituição, aumentando a importância da vigilância das entidades sindicais, Apcefs e Fenae contra um projeto em que a Caixa passe a servir a grupos com intenção eleitoral e não ao desenvolvimento do país, como deve ser.
“Precisamos nos manter atentos às movimentações e permanecer na luta em defesa da Caixa. Além disso, devemos cobrar do novo presidente, como cobramos de todos os demais, condições de trabalho dignas, um ambiente livre de assédio e de violência e avanços nas nossas pautas, em especial, em relação ao Saúde Caixa”, avaliou Leonardo Quadros, diretor-presidente da Apcef/SP.
A troca também foi criticada pela coordenadora da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Fabiana Uehara Proscholdt. “Após as drásticas gestões do banco durante o governo anterior, que implementou uma política de assédio moral e sexual contra as empregadas e empregados, Rita vinha tentando mudar e melhorar o cenário. Tínhamos nossas críticas, mas a gestão era aberta ao diálogo”, disse. “Em uma instituição tão grande e importante como a Caixa, as mudanças demoram a acontecer. Infelizmente ocorreu a substituição quando as mudanças estavam em andamento”, completou.
A coordenadora da CEE destacou também a importância do papel social da Caixa. “Para que não haja risco na execução de políticas sociais prioritárias para o governo, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e a própria política de financiamento habitacional do banco, entre outras, a Caixa não deveria ser usada como moeda de troca”, disse Fabiana, lembrando que em gestões passadas o banco já serviu como moeda de troca e teve sua gestão investigada e sua imagem prejudicada.
“As mulheres foram responsáveis por aproximadamente 60% dos votos de Lula nas últimas eleições. É ruim a substituição de uma mulher por um homem na presidência da Caixa”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira. “Não vamos aceitar que a política do governo passado seja implementada na empresa, como o desmonte da empresa e da sua função de banco público. Nem retrocessos na política da gestão de pessoas”, completou, ao ressaltar que se trata de uma mulher a menos no governo.
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