Os funcionários do Banco do Brasil não abrem mão de portas giratórias e de vigilantes nas agências, independente do modelo de negócios. A reivindicação contra o enfraquecimento do sistema de segurança, especialmente nas chamadas “agências conceito” ou “lojas” do BB foi destaque da mesa de negociação sobre Segurança Bancária, que aconteceu na manhã desta sexta-feira (29), entre Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB) e o banco.
“O banco argumenta que, no modelo das lojas, não há transação suficiente de dinheiro que justifique a instalação de portas giratórias e contratação de vigilantes. Mas nós não temos que olhar apenas a perspectiva da segurança patrimonial. Para o público em geral, a loja não deixa de ser um banco”, destacou o coordenador da CEBB, João Fukunaga. “Me pergunto, portanto, se quando um cliente ou funcionário for agredido ou tiver seus bens furtados dentro das dependências do BB, de quem será a responsabilidade? O banco quer correr esse risco jurídico?”, completou.
A diretora da Federação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro do Rio Grande do Sul (Fetrafi-RS), Priscila Aguirres, trouxe à mesa caso recente de Porto Alegre. “Foi na loja da Praça da Alfândega, que tem apenas quatro funcionários, além do gestor. Um morador de rua entrou no espaço e ficou gritando, exigindo atendimento. O gestor tentou atendê-lo, mas o homem continuou a gritar e não conseguia se fazer entender. Conforme o tempo ia passando, a situação causando mais tensão e medo entre os clientes e funcionários. A polícia foi acionada, mas demorou uma hora para chegar e retirar o morador de rua do local”.
Getúlio Maciel, representante da Fetec-CUT/SP na CEBB, observou que faltam ao BB bases técnicas para justificar a retirada de portas giratórias e de vigilantes nas agências. “Dou como exemplo da agência da Vila Mariana, transformada em loja. A segurança pública de São Paulo aponta que, neste ano, houve aumento de 67% do número de furtos e crimes na região”, relatou. “Se é economia que o banco procura, esse tipo de economia me parece pouco inteligente. O mesmo banco que comemora lucros fantásticos está colocando vidas em risco e esse é nosso mote nesta reunião”, prosseguiu.
A representante dos trabalhadores do BB do Rio de Janeiro e Espírito Santo na CEBB, Goretti Barone, arrematou: “A função do vigilante é fundamental. Ele é treinado para prestar atenção em situações de segurança. Ao contrário dos funcionários, que precisam estar atentos ao atendimento”.
Desta forma, os trabalhadores concluíram que a redução dos mecanismos de segurança nas agências atinge o debate sobre a saúde e condições de trabalho, especificamente a saúde mental dos funcionários do BB, pelo aumento da insegurança no ambiente de trabalho.
Negociações não avançam
Os representantes da empresa insistiram que a “atualização” do esquema de segurança nas lojas BB responde às “novas tecnologias”, seguindo o encaminhamento da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) que, na última reunião, se negou a atender às reivindicações dos bancários de recompor os sistemas de segurança e vigilância.
Sobre os demais temas colocados na mesa, o banco disse que irá analisar as exigências dos trabalhadores e trazer seu posicionamento nos próximos encontros.
Próximas reuniões
Terça-feira – 2 de agosto – Cláusulas sociais
Quinta-feira – 4 de agosto – Teletrabalho
Terça-feira – 9 de agosto – Saúde e Condições de Trabalho
Sexta-feira – 12 de agosto – Cláusulas Econômicas
Quarta-feira – 17 de agosto – Representação
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