O Dia Mundial de Combate à Aids, em 1º de dezembro, é realizado no Brasil desde 1988, um ano após sua criação pela Organização das Nações Unidas (ONU), com a finalidade de promover a prevenção da doença e a eliminação do preconceito que existe a seu respeito.
Como a informação é a forma mais eficaz para alcançar os dois objetivos, a data é uma ocasião para a difusão de tudo o que se sabe sobre a doença, a proteção contra seu contágio, seu tratamento e a forma de uma pessoa se relacionar com ela quando for uma realidade em sua vida ou em seu ambiente social.
Um raio-x do tema, feito recentemente pela Agência de Notícias da Aids, com dados de 2021, mostra que pelo menos cinco pessoas foram infectadas por hora no Brasil, o que fez o país chegar ao número de 960 mil pessoas vivendo com HIV. No ano passado, 650 mil pessoas morreram em decorrência da aids no mundo, 13 mil delas no Brasil. Conforme a publicação, a doença afeta as pessoas de forma desigual, atingindo mais as parcelas mais vulneráveis e discriminadas da população.
Aids e HIV
Aids é a sigla em inglês para síndrome de imunodeficiência adquirida (sida, em português, termo também usado) é a doença causada pelo HIV (abreviação também em inglês para vírus da imunodeficiência humana), contraída em geral pelo contato sexual desprotegido com uma pessoa contaminada. No entanto, o contágio pode igualmente ocorrer por transfusão de sangue ou compartilhamento de objetos perfurocortantes, como agulhas de seringas.
Se contrair o vírus, a pessoa será HIV positiva, mas isso não quer dizer que vá desenvolver obrigatoriamente a aids, considerada o estágio mais avançado da doença. Embora ainda não haja forma de se eliminar por completo a contaminação do organismo, há tratamentos para todas as fases da doença, que serão mais eficazes o quanto antes forem iniciados.
A aids não causa a morte por si, mas ataca o sistema imunológico e torna a pessoa vulnerável a doenças chamadas oportunistas, como pneumonia, que atacam o organismo quando a pessoa está com seu sistema de defesa fragilizado e se tornam fatais nesse quadro.
Prevenção e tratamentos
Desde que começou a ser um pouco mais conhecida pelas pesquisas médicas, nos anos 1980, a melhor forma de prevenção da doença tem sido o uso de preservativo, a popular camisinha, que impede a transferência de secreções entre as pessoas durante a relação sexual. Esse é o conhecido “sexo seguro” ou “sexo com proteção”, expressões que passaram a resumir a principal recomendação contra a disseminação do HIV nas últimas décadas.
Hoje, há ainda outros recursos para se defender do HIV e da aids. Para a doença, já existem tratamentos eficazes, que, ainda que não promovam a cura, fazem com que ela não evolua e se transforme em uma enfermidade controlada.
O uso de antirretrovirais permite a pessoas que vivem com HIV alcançar a chamada supressão viral, que é a redução da carga viral tão significativa a ponto de sequer ser detectada nos exames. Esse é o chamado tratamento como prevenção (TcP), com o qual evidências científicas mostram que até a transmissão pode não ocorrer em uma relação sexual desprotegida, ou sem preservativo.
Outras estratégias surgidas recentemente são usadas para a prevenção de pessoas que não são HIV positivas. São duas modalidades: a Profilaxia Pós-exposição (PEP) e a Profilaxia Pré-exposição (PrEP). A PEP é prescrita a quem tenha feito sexo desprotegido ou sido exposta ao HIV ocasional ou acidentalmente, e o medicamento deve começar a ser tomado até 72 horas após o contato e se estende por um mês. A PrEP é indicada a pessoas com comportamento de risco, com administração contínua e diária.
O integrante da Executiva da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Adilson Barros, porém, adverte que, “apesar de a medicina ter conseguido melhorar a qualidade de vida de quem vive com HIV, ajudá-lo a superar a doença e lhe garantir uma rotina impressionantemente ativa e saudável, devemos ter em mente que a aids ainda é um assunto delicado, um problema sem cura e com possíveis consequências para o organismo, por isso a prevenção é importante a cada um de nós e à sociedade como um todo”.
No Brasil, o TcP, a PEP e a PrEP são garantidos de forma universal e sem custos, disponíveis no Sistema Único de Saúde, o SUS. Confira detalhes sobre todas as formas de prevenção e tratamentos na página do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids – Unaids.
História do preconceito
Os primeiros casos de aids conhecidos foram identificados no final da década de 1970, nos Estados Unidos, no Haiti e em países da África Central. Suas características, porém, só começaram a ser compreendidas pela medicina anos depois. Como no princípio as formas de transmissão do HIV eram ainda um mistério, o preconceito dominou sua abordagem social. Ao redor do mundo, a aids ficou conhecida como a “doença dos 5H”, por ter então registro de maior incidência entre homossexuais, hemofílicos, haitianos, heroinômanos (usuários de heroína) e hookers (prostitutas, em inglês). No Brasil, chegou a ser chamada de “peste gay” pela imprensa sensacionalista.
Hoje, quatro décadas depois, ainda que o conhecimento e as formas de combate à aids tenham avançado de modo formidável, a ONU lançou há poucos dias o relatório, em inglês, Dangerous inequalities, ou Desigualdades perigosas, para alertar que as injustiças sociais e os preconceitos estruturais ainda são as grandes barreiras para o fim da pandemia.
O organismo afirma que a meta de acabar com o HIV e a aids até 2030 dificilmente será cumprida, e indica como principais causas as desigualdades de gênero, o racismo estrutural, a prática da discriminação (em especial a travestis e pessoas trans, gays e homens que fazem sexo com outros homens, profissionais do sexo, pessoas em privação de liberdade e pessoas que fazem uso de drogas injetáveis) e a masculinidade tóxica (que desencoraja homens a procurar cuidados de saúde), além da desatenção à juventude (que deve ser mais bem informada sobre os riscos de contaminação por HIV). Conheça detalhes do relatório, em português, em postagem da Unaids e reportagem do site da ONU.
Adilson Barros, que também é militante pelos diretos da comunidade LGBTQIAP+, critica que “a aids não é e nunca foi uma ‘doença de homossexuais’, e os LGBTs carregaram este estigma por alguns anos, com consequências desastrosas”. Ele também lembra que “a ciência investe qualitativamente no tratamento, na cura e principalmente na qualidade de vida, por isso é importante lutarmos por um SUS de qualidade e exigir que as empresas combatam a discriminação e invistam em seus trabalhadores que vivem com HIV”.
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