Na chegada do fim de ano, e ainda com a pandemia em curso, que mantém um saldo de mais de 13 milhões de desempregados, o Itaú – que obteve lucro de R$ 19,7 bilhões apenas entre janeiro e setembro de 2021 – voltou a promover dezenas de demissões por todo o país nos últimos dias.
Muitas das dispensas foram de trabalhadores que estavam voltando de licença médica por doenças como depressão, síndrome do pânico e síndrome de burnout – adquiridas justamente no trabalho para o banco.
Outros foram demitidos durante o período de reabilitação, ou ainda que continuam em home office por serem do grupo de risco para o coronavírus.
Além disso, houve casos de funcionárias que foram dispensadas ao voltar da licença maternidade.
Em reunião com o RH do banco, na última quinta-feira (18), o movimento sindical voltou a exigir o fim das demissões e a redução das metas.
É inconcebível um banco que apresenta um lucro astronômico, e onde a sobrecarga de trabalho e o acúmulo de funções são frequentes, promover demissões em meio a umas das mais graves crises sociais da história do país, quando milhões de pessoas estão desempregadas. E é ultrajante que essas demissões sejam de trabalhadores fragilizados por doenças desenvolvidas justamente por conta do ambiente massacrante do banco, ou de funcionárias voltando de licença maternidade.
Na hora da demissão, os bancários frequentemente ouvem justificativas como “o banco está reestruturando e você não se encaixa mais no perfil da área”, “você não está mais nos planos do banco” ou, simplesmente, “o banco optou por te demitir”.
Grande parte dos gestores inventam desculpas esfarrapadas e não tem sequer a sensibilidade ou a dignidade de dizer o motivo real da demissão. Até nesta hora difícil os trabalhadores merecem respeito, e o Itaú deve, antes de tudo, cessar as demissões e diminuir as metas, além de promover um curso de RH para os seus gestores, que muitas vezes não sabem lidar com seus subordinados.
O Sindicato está reivindicando, junto ao banco, a volta do Centro Realocação para empregados que perdem sua função em determinada área ou departamento.
Se um trabalhador não se encaixa mais no perfil da área, como muitos deles ouviram na hora da demissão, por que o banco não se preocupa em realoca-los para outro setor, ao invés de joga-los diretamente no desemprego?
Além das demissões, os trabalhadores também enfrentam assédio moral constante, o que gera muita angústia e adoecimento.
Os bancários contam que ouvem ameaças do tipo “se você não bater a meta, não tem mais como te segurar na empresa”, ou “você vai ser o próximo a ser demitido”.
Os funcionários em home office recebem ligações e mensagens constantes por meio das quais são pressionados por resultados, sob risco de dispensa.
Os controladores do Itaú têm de perceber que este ambiente é contraproducente para o próprio banco, pois gera muitos adoecimentos e afastamentos. Se a empresa quer aumentar seus lucros, deve promover mais contratações para que os empregados possam lidar com o volume de trabalho e com as metas crescentes, e com um ambiente profissional mais saudável.
No terceiro trimestre de 2016, o Itaú tinha 67,9 milhões de clientes, número que saltou para 87,5 milhões no terceiro trimestre de 2021. Um aumento de 28,9%. A quantidade de trabalhadores, por sua vez, aumentou apenas 5,5% no mesmo período, passando de 81.737 para 86.195. Os dados são do Banco Central e das Demonstrações Financeiras do Itaú.
Os números mostram que a sobrecarga de trabalho só aumentou nos últimos cinco anos no Itaú. Portanto não há nenhuma justificativa para o banco demitir, ainda mais em um momento tão difícil pelo qual o país atravessa, e sobretudo demitir trabalhadores que voltam de licença médica por causa de doenças adquiridas no trabalho, ou ainda de bancárias que acabaram de ser mães e enfrentarão dificuldades para manter suas famílias.
Nas suas campanhas o banco usa a hashtag #feitocomigo, mas esta realidade mostra que o mais apropriado seria #feitosemvocê ou #feitoparademitir. Por tudo isto, as entidades sindicais exigem o fim das demissões, mais contratações e a redução das metas.
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