Demissões no Itaú: Coordenação da COE se reuniu com o banco e pediu revisão de desligamentos
Banco negou revisão das demissões, mas aceitou avaliar casos de pessoas adoecidas; movimento sindical também cobrou reposição das vagas, respeito aos trabalhadores e à sua representação sindical, além regulamentação do uso da Inteligência Artificial para
Data: 09/09/2025 às 14:00
Fonte: Contraf-CUT, com informações do Seeb/SP e edição de Seeb Araraquara

A coordenação da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú se reuniu, na manhã desta terça-feira (9), com o banco Itaú para pedir a revisão das mais de 1.000 demissões realizadas pelo banco na segunda-feira (8). O banco aceitou avaliar apenas as demissões de pessoas adoecidas.

A maioria dos desligamentos ocorreu na base do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região (Seeb-SP), de bancárias e bancários que trabalhavam no Centro Tecnológico (CT), CEIC e Faria Lima em regime híbrido ou integralmente remoto. A justificativa do banco foi que esses empregados estavam sendo monitorados há mais de seis meses e foi detectada "baixa aderência ao home office".

Transparência

“As pessoas foram monitoradas por seis meses e o banco não deu nenhum alerta sobre a alegada baixa aderência. Não houve nenhuma possibilidade de se opor, ou de se defender”, observou a coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú, Valeska Pincovai. “Além não ter havido qualquer advertência prévia aos trabalhadores, também não houve qualquer diálogo com o sindicato, num claro desrespeito aos bancários e à sua representação sindical”, acrescentou.

O banco afirma que os desligamentos se baseiam em registros de inatividade nas máquinas corporativas, em alguns casos, períodos de quatro horas ou mais de suposta ociosidade. No entanto, a representação dos trabalhadores considera esse critério extremamente questionável, já que não leva em conta a complexidade do trabalho bancário remoto, possíveis falhas técnicas, contextos de saúde, sobrecarga, ou mesmo a própria organização do trabalho pelas equipes.

“As reuniões são monitoradas por assuntos, tema, participantes, as metas são controladas constantemente, produtividade e a geolocalização de todos é controlada pelo ponto eletrônico. Os trabalhadores estão tendo sua privacidade invadida a todo momento. O assédio passou a ser digital”, ressaltou Valeska. “Precisamos regulamentar a utilização da IA no controle das atividades dos bancários para evitar que a situação da saúde mental da categoria, que já está em estado crítico, se agrave ainda mais”, completou.

“Solicitamos negociação sobre o Acordo de Teletrabalho e que haja transparência das medidas que são tomadas pelo banco, para que as pessoas tenham ciência de todo o monitoramento”, disse Valeska, acrescentando que o acordo vence em dezembro e as negociações já vão começar.

Reposição já!

No último semestre, o Itaú obteve lucro superior a R$ 22,6 bilhões, com rentabilidade em alta. É o maior banco do país em ativos. Mesmo com esse resultado, segue extinguindo postos de trabalho: em 12 meses, o banco cortou 518 postos de trabalho, reduzindo o quadro de pessoal da holding a 85.775 empregados.

Nos anos de 2023 e 2024, 57,1% das licenças por acidente de trabalho concedidas a bancários foram causadas por transtornos mentais e comportamentais.

"O Itaú encerrou o último semestre com um lucro que ultrapassa R$ 22,6 bilhões, fortalecendo sua posição como maior instituição financeira do país em ativos e ampliando sua rentabilidade. Apesar desses resultados expressivos, o banco insiste em desligamentos em massa sob o argumento de 'produtividade'. Os avanços digitais e o aumento da eficiência poderiam ser direcionados para garantir empregos e melhores condições de trabalho, mas, ao contrário, apenas os acionistas continuam colhendo ganhos históricos", destaca a secretária geral do Sindicato dos Bancários de Araraquara e região, Andréia C. de Campos.

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