Durante os debates da 16ª Plenária da CUT, o processo Organizativo da Central foi novamente o centro das discussões. Sérgio Nobre, presidente da CUT, fez uma avaliação sobre os desafios do movimento sindical frente à chamada ‘nova realidade’ do mundo do trabalho, que mesmo antes da pandemia já apresentava transformações significativas, e disse que o futuro do movimento sindical começa agora.
A retirada de direitos com a reforma Trabalhista do governo do ilegítimo Michel Temer (MDB), um governo neoliberal e a serviço do capital, como o de Jair Bolsonaro (ex-PSL) e o avanço das tecnologias que forçaram milhares de trabalhadores a se submeter aos aplicativos para poder trabalhar foram fatores decisivos para que a mudança acontecesse.
“O novo mundo do trabalho pode ser considerado bom ou ruim e o que vai decidir isso será a nossa capacidade de organização para fazer esta disputa de sociedade por um país inclusivo, representativo e combativo na luta cotidiana na vida e no trabalho. O futuro do movimento sindical começa agora e este dia será histórico”, disse o presidente da CUT.
O norte para a organização, segundo Sérgio, são ações já propostas pelas estaduais e ramos da CUT em suas plenárias, que visam estruturar a representação do conjunto de trabalhadores, independentemente das formas de contratação, e que tenham identidade com projeto de classe idealizado pela Central.
“Não será fácil construir e este será nosso desafio”, diz Sérgio Nobre.
Reorganizar é fundamental
De relevada importância diante do momento de transformações vividas pela sociedade, o tema da organização sindical foi definido no 13º Congresso Nacional da CUT, realizado em 2019.
“A pandemia aprofundou e acelerou as mudanças na economia, na tecnologia e na organização do trabalho e isso vai mudando para nós. Nosso compromisso é reorganizar a CUT para enfrentar esta realidade, conseguir transformar o país e ter um mundo do trabalho mais justo e menos desigual”, ressaltou Sérgio Nobre.
Dados de pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacam a importância da mudança no sindicalismo brasileiro. Hoje, dos 173 milhões de pessoas em idade para trabalhar, 74 milhões estão fora do mercado de trabalho. Outros 89 milhões estão ocupados, sendo que 51% trabalham de forma precária, sem nenhuma formalização ou proteção.
O presidente da CUT disse que as formas de contratações mudaram para pior, mas há muitas pessoas que estão gostando, por exemplo, do home Office. Sérgio ressaltou que este é um modelo que veio para ficar e que trouxe elementos tanto bons quanto ruins. “E é aí que o movimento sindical entra”, diz.
“Muitos estão trabalhando muito mais agora, sem jornada, sem direitos e o trabalho como o home Office, por exemplo, precisa ser regulado. Temos que ouvir as categorias e entender essa nova realidade para ser cada vez mais representativo de fato”, afirmou o presidente da CUT.
“O movimento sindical nasceu na industrialização e a gente sabe que as transformações podem ser oportunidades e problemas e resolvemos optar pela mudança. Este modelo sindical que vivemos nos trouxe até aqui, mas chegou a hora de uma nova transformação e já assumimos este compromisso”, finalizou o presidente da CUT.
Plano de Lutas
Após um dia cheio de debates e discussões, da apreciação, atualização e aprovação das moções e das emendas do Projeto Organizativo e do Plano de Luta, na tarde deste domingo (24), a Secretária-Geral e o vice-presidente da CUT, Carmen Foro e Vagner Freitas, respectivamente, em nome de toda direção, encerraram a 16º Plenária Nacional da CUT “Organização e Unidade para Lutar” convocando os mais de 950 delegados e delegadas para o 14º Congresso Nacional da entidade, que acontecerá em outubro de 2023.
Foram quatro dias de debates virtuais, com mais de 2/3 das delegadas e delegados participando ativamente, e junto com observadores e convidados, foram quase mil conexões diárias construindo coletivamente o futuro da CUT e da organização dos trabalhadores e das trabalhadoras.
“Conseguimos realizar debates tão profundos e aprovar resoluções muito significantes para o presente e para o futuro da classe trabalhadora que representamos e para a luta geral da sociedade, para reconstruir e transformar o Brasil e tomar impulso para as mudanças mundiais. O debate da CUT colabora muito com a sociedade”, disse Carmen.
O vice-presidente disse que o papel da CUT, durante a construção do 14º Congresso da CUT, será colocar o plano de lutas em ação e a agenda sindical em prática e para isso é muito importante fortalecer os sindicatos, porque não existe democracia sem sindicato. Ele também destacou a importância da CUT para a sociedade.
“Bolsonaro quando foi eleito disse que ia acabar com o MST e com a CUT, mas a nossa central não só não acabou, mas como está mais forte. Ele é que está derretendo. As pesquisas mostram isso. A nossa Central segue forte, grande e vamos continuar representando a classe trabalhadora. Quem estará fora é este genocida”, afirmou Vagner, que complementou: “Se não tiver impeachment agora, faremos o julgamento de Bolsonaro nas urnas em 2022 elegendo Lula presidente”.
Dever cumprindo
Carmen Foro e Vagner Freitas agradeceram todas e todos delegados e reforçaram que a CUT só tem a magnitude e força que tem porque é feita de pessoas engajadas e dedicadas com o projeto de um futuro melhor e mais justo para a classe trabalhadora brasileira.
A secretária-geral disse que a missão – de planejar o futuro da CUT, atualizando plano de lutas e se modernizar para enfrentar o conjunto da classe trabalhadora – foi cumprida e a mensagem foi dada aos parceiros de luta. A mensagem é de que somente juntos e juntas é possível transformar a sociedade.
“Não daremos trégua. Enquanto a democracia e a vida da classe trabalhadora estiverem em perigo, estaremos firmes nas ruas e em todos os lugares. Demos mais um passo em direção à necessária atualização de nosso projeto organizativo para nos fortalecer para os embates futuros, para enfrentar a ofensiva do capital e para conduzir as lutas da classe trabalhadora. Vamos derrotar Bolsonaro e transformar o Brasil”, destacou Carmen.
Paulo Freire, presente!
O debate com homenagem ao educador Paulo Freire e ressaltando conceitos e ações do patrono da educação, que completaria 100 anos em 2021. Um vídeo com sua história foi apresentado com destaque para o verbo ‘esperançar’ e uma frase popular de Paulo Freire.
“É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática”.
Luta antirracista e carta dos servidores
Revoltas Negras, Exclusão racista, Racismo Recreativo e Necropolítica foram os temas de quatro vídeos curtos para lembrar das questões centrais que fazem perdurar o longo processo de desigualdade entre brancos e negros e que resultam no genocídio de pessoas negras, no encarceramento em massa, na pobreza e na violência contra as mulheres negras.
Uma carta assinada por cinco confederações de trabalhadores dos serviços públicos, chamada de “Aliança das Três Esferas”, também foi lida durante o evento. No documento os trabalhadores afirmam: “somente juntos vamos derrotar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) nº 32, da reforma da Administrativa do governo Bolsonaro”, que prevê o fim do serviço e dos servidores públicos.
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