O Banco Central (BC) elevou, nesta semana, em mais 1 ponto percentual (p.p.) a taxa básica de juros da economia brasileira, que chegou a 11,75% ao ano, o mais elevado patamar desde abril de 2017. Essa foi a nona alta seguida da Selic, que em março do ano passado estava em 2%, seu índice mais baixo da história. Esse instrumento, segundo os técnicos de Bolsonaro responsáveis pela economia do país, é o recurso adotado para frear o crescimento da inflação, e a autoridade monetária deixou claro que a onda de elevação dos juros vai seguir nos próximos meses, com a justificativa de que a guerra entre Rússia e Ucrânia tem causado fortes impactos na economia mundial.
“A inflação realmente está nas alturas, mas não é de hoje. Ela voltou a afetar a vida e o bolso dos brasileiros, pelo menos, desde 2020 e fechou 2021 acima dos 10%. Ou seja, a guerra na Ucrânia é apenas uma desculpa para a desastrosa política econômica deste governo que não consegue fazer o país se desenvolver, gerar emprego e deixa, a cada dia os pobres mais pobres e os ricos mais ricos”, afirmou a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira.
Do final de 2020 para cá, a variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação do país, medida no intervalo de 12 meses, saltou de 4,52%, em dezembro de 2020, para 10,06% no mesmo mês de 2021, depois de ter batido os 10,74% em novembro daquele ano.
“Elevar os juros não é a solução. Não estamos em período de economia aquecida, com excesso de demanda, ao contrário. Temos uma alta taxa de desemprego, aumento da pobreza, com concentração de renda e a volta da fome no país”, observou a presidenta da Contraf-CUT. “O governo deveria promover políticas de incentivo ao investimento produtivo e geração do emprego, mas prefere colocar em práticas políticas que levam à concentração de renda. É um governo que não tem compromisso com a população mais carente e com a classe trabalhadora”, completou.
Bem antes da guerra
No momento, porém, a inflação no Brasil ocorre por outros motivos. O principal responsável por tamanha elevação nesse intervalo foi a gasolina. Se durante o ano de 2020 esse combustível ficou 0,19% mais barato, no ano passado seu preço subiu 47,49% e foi, sozinho, o responsável por 2,34 p.p. na inflação medida pelo IPCA. Outros itens que em 2021 forçaram o índice para cima foram o etanol (alta de 62,23%), o gás de cozinha (36,99%) a energia elétrica (21,21%), as carnes (8,45%) e o aluguel residencial (6,96%).
Nesse cenário, os juros bancários, que já estavam altíssimos, foram para a estratosfera. De janeiro de 2021 até o mesmo mês deste ano, a taxa média das operações de crédito com recursos livres foi de 28,39% a.a. para 35,32% a.a. Mas os juros do crédito rotativo do cartão de crédito, que é valor da fatura que não é quitada na data do vencimento, subiram de 329,71% a.a. para 346,31% a.a. no período. Os juros do cheque especial, também de janeiro a janeiro, pularam de 120,29% a.a. para 128,36% a.a.
Com inflação e juros altos, num cenário agravado com a inexistência de um projeto econômico para a retomada do crescimento econômico por parte do governo, as consequências mais fortes são a estagnação do emprego e da renda média dos trabalhadores, e isso acentua o endividamento das famílias. Em janeiro passado, 76,1% das famílias brasileiras estavam com dívidas (um ano antes, eram 66,5%). No mesmo período, o percentual de famílias com contas ou dívidas em atraso também subiu de 24,8% para 26,4%.
Enquanto isso…
Hoje, os 55 bilionários do país acumulam em suas mãos a bagatela de U$176 bilhões. Durante a pandemia de Covid-19, esse segmento social mais elitista aumentou sua riqueza em 30%, ou US$ 39,6 bilhões. No mesmo período, 90% da população sofreu uma redução de 0,2% em suas posses. Nesse processo de concentração de riqueza, os 20 maiores bilionários do país passaram a ter nada menos de U$ 121 bilhões, montante maior do que 128 milhões de pessoas, ou 60% da população, têm para tocar suas vidas.
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