Por Ivone Silva*
Os quatro maiores bancos do país (BB, Bradesco, Itaú e Santander) registraram R$ 90,5 bilhões de lucro líquido em 2021, durante a pandemia, com aumento de 34,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. E acumularam, em dois anos, R$ 157,6 bilhões de lucro.
Na maior crise sanitária da história, o setor mais lucrativo do país, ao contrário do que divulgam em suas campanhas publicitárias, manteve a alta dos juros e tarifas, aumentou as metas dos trabalhadores, fechou cerca de 12 mil vagas de trabalho e reduziu mais de três mil agências, desde 2020, em todo o país.
Para manter seus lucros bilionários, os bancos descumpriram um acordo de não demissão com o movimento sindical. E somente os quatro maiores bancos fecharam 12 mil postos de trabalho nos últimos dois anos. O resultado são agências lotadas, trabalhadores adoecidos e a população sem atendimento adequado. Já são 12,4 milhões de desempregados no país e o setor mais lucrativo contribui para o aumento desses números.
De olho nos lucros, elevaram seus juros e tarifas. Para pessoa física a taxa de juros está em 28,66% ao ano, chegando a 349,62% na linha de crédito mais cara que é o cartão de crédito rotativo. Do outro lado, milhões de famílias seguem endividadas. O uso do rotativo do cartão de crédito, em 2021, foi o maior nos últimos 10 anos. O resultado desta equação foi o endividamento das famílias, que alcançou 50,41% de todos os seus rendimentos e comprometimento da renda de 27,87% com o Sistema Financeiro. Em um ano, o percentual de famílias com dívidas em atraso cresceu 10 pontos percentuais. O cartão de crédito é o principal vilão do endividamento dos brasileiros, 87,1% das dívidas referem-se a esta modalidade.
Mas o lucro dos bancos também foi graças ao aumento da exploração dos trabalhadores do setor. Os quatro maiores bancos já reduziram 11. 983 postos de trabalho e 3.180 agências fechadas, desde 2020. A Caixa Econômica ainda não divulgou seus resultados.
O Banco do Brasil, por exemplo, fechou 7.076 postos de trabalho em 2021, seguindo a trajetória de redução de empregos verificada nos últimos anos. Desde 2020 já são 8.593 vagas extintas.
Em dois anos, o Bradesco foi o campeão em redução de postos de trabalho. Desde 2020, extinguiu 10.055 vagas, no período, apesar dos R$ 26 bi de lucro somente em 2021.
Os trabalhadores denunciam sobrecarga de trabalho, aumento da exploração e piora no atendimento ao cliente. Apenas com o que arrecada com tarifas, a instituição cobre 128,7% de sua folha de pagamento, incluindo a PLR.
O banco espanhol Santander foi o primeiro a apresentar seus resultados. O lucro líquido de R$ 16,3 bilhões representou alta de 7% em relação a 2020. Não por acaso, as operações brasileiras respondem por 26,9% do lucro global da instituição. O banco abriu cerca de 4,2 mil postos de trabalho no ano passado, contra a eliminação de 3,2 mil postos em 2020. A maior parte dos novos trabalhadores, no entanto, não são de bancários, mas funcionários terceirizados. Assim, as despesas com pessoal, incluída a PLR, cresceram apenas 1,7% no período.
O ano de 2021 foi o pior ano da pandemia, foram quase 413 mil brasileiros que perderam suas vidas. O desemprego atinge 13 milhões de trabalhadores, a alta inflacionária corrói a renda das famílias e as torna endividadas, o rendimento do trabalhador tem caído, a elevada taxa de juros encarece o crédito e dificulta qualquer retomada. Para a população o cenário é assustador, mas os bancos seguem lucrando com alta rentabilidade. O comprometimento dos bancos com responsabilidade social no país só é verdadeiro nas campanhas publicitárias.
*Ivone Silva é a atual presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários. Formada em Ciências Sociais, com MBA em Finanças.
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