Audiência na Câmara denuncia epidemia de adoecimento entre trabalhadores bancários
Especialistas e representantes sindicais alertam para os efeitos do modelo de gestão dos bancos sobre a saúde mental dos empregados
Data: 24/09/2025 às 13:55
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Araraquara

O Sindicato dos Bancários de Araraquara e região participou, na terça-feira (23), de audiência pública realizada pela Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, em Brasília, para debater a grave situação de saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras do setor bancário, classificada como uma verdadeira epidemia de adoecimento.

A entidade esteve representada pela diretora Rosângela Lorenzetti, reafirmando seu compromisso em cobrar dos bancos ambientes laborais mais saudáveis e respeito à vida dos trabalhadores.

O encontro, solicitado pelo deputado Vicentinho (PT-SP), reuniu entidades governamentais, representantes da sociedade civil, pesquisadores e lideranças sindicais.

Dados alarmantes apresentados durante a sessão revelam que o modelo de gestão dos bancos — marcado por metas abusivas, cobrança humilhante, vigilância digital e assédio moral e sexual — está diretamente associado ao sofrimento e afastamento dos empregados. Para a categoria, essas práticas violam a dignidade humana e destroem projetos de vida.

“O sofrimento dos bancários e bancárias não é acidente ou desvio de conduta. São políticas empresariais planejadas, que fazem parte do modelo de negócio dos bancos. Um modelo que transforma seres humanos em números e que está destruindo vidas”, afirmou Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

Salles destacou ainda que o lucro bilionário das instituições financeiras não pode continuar sendo construído à custa de depressão, ansiedade, burnout, afastamentos e até suicídios. “Não podemos naturalizar o sofrimento dos trabalhadores como ‘custo do progresso’. Não pode haver impunidade para os bancos. Não pode haver anistia para quem lucra adoecendo trabalhadores. É hora de responsabilizar e exigir que o sistema financeiro respeite a dignidade humana, cumpra a lei e garanta condições de trabalho saudáveis”, completou.

Durante a audiência, a Fenaban continuou negando a realidade ao defender que o setor oferece boas condições salariais e benefícios, questionando a metodologia estatística que relaciona os afastamentos ao trabalho. Em contrapartida, representantes sindicais e especialistas reforçaram a necessidade de intervenção legislativa e medidas de prevenção primária para humanizar o trabalho e combater o assédio.

Ao final, o apelo foi unânime: garantir justiça e dignidade para os trabalhadores bancários e bancárias, responsabilizando os bancos pelas consequências de um modelo de gestão que adoece em massa.

INSS

Na mesma data, houve reunião com o primeiro-secretário da Câmara, deputado Carlos Veras (PT), na qual os representantes sindicais entregaram um documento solicitando a intermediação para uma reunião com o copresidente do INSS e o Ministro da Previdência, buscando encaminhamentos para as demandas dos trabalhadores.

 

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