
Desde que o atual governo começou, a gestão mostra repetidamente que enxerga a Caixa Econômica Federal como ferramenta política. Os exemplos mais recentes foram a antecipação do pagamento do Auxílio Brasil e do Auxílio Gás, a dias do segundo turno das eleições, e o lançamento do programa “Você no Azul”, depois de afirmar que não incluiria propostas para endividados na campanha. O que vemos agora, porém, é apenas a ponta do iceberg: há quatro anos, a gestão deixa de lado a principal premissa do banco público – que é apoiar políticas públicas – e usa a Caixa para fins eleitorais.
A partir desta semana, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) publica série de reportagens mostrando o progressivo desmonte da Caixa nos últimos anos e o perigo do atual governo para o futuro do banco público e seus empregados. A privatização de partes importantes da estatal, o enfraquecimento de programas históricos e a deterioração das condições de trabalho serão alguns dos temas abordados.
Subsidiárias na mira do governo
A agenda privatista do atual governo foi uma das principais propostas de campanha nas eleições de 2018. A Caixa não ficou fora da lista e sofreu consideráveis perdas desde o início da gestão, com a venda de subsidiárias relevantes para o bom desempenho da empresa.
A venda do Banco Pan e da Caixa Seguridade, a criação da DTVM Caixa – com o objetivo de privatizar ativos – foram algumas das investidas do governo para avançar no fatiamento da estatal. Se os planos de privatizar também a Caixa Loterias e outros setores se concretizarem caso o presidente for reeleito, a Caixa pode perder lucro de R$ 29 bilhões nos próximos 10 anos.
“Vale lembrar que as subsidiárias foram criadas para modernizar as operações da Caixa e expandir serviços”, explica o presidente da Fenae, Sergio Takemoto. “Com isso, foi possível aumentar a lucratividade e eficiência da empresa, alcançando os resultados financeiros necessários para cumprir com o papel de banco público: promover programas sociais para promover o desenvolvimento e reduzir desigualdades”, completa.
A venda de subsidiárias, por outro lado, tem como consequência a perda de receita recorrente, o que prejudica as políticas públicas implementadas. “Além disso, a Caixa fica cada vez mais desvalorizada, já que sobram apenas as partes pouco rentáveis – dando margem para o governo plantear uma eventual privatização total”, acrescenta Takemoto.
Sem subsidiárias, sem lucro
Os números mostram como o governo privatizou algumas das partes mais rentáveis da Caixa, e pretende ainda vender outras partes lucrativas. A Caixa Seguridade, por exemplo, teve um aumento líquido de 5% em 2020, em plena recessão. Mesmo assim, 17% da empresa foi vendida no ano passado.
Também em 2021, o governo criou a DTVM Caixa com o objetivo de facilitar a venda de ativos da Caixa Asset. Para se ter uma ideia, a Caixa Asset administrava R$ 438 bilhões no fim do ano passado, sendo a quarta maior gestora de recursos do Brasil, com mais de 1,9 milhão de clientes. Além disso, obteve a segunda maior captação líquida em 2021, com R$ 42 bilhões nos fundos de investimento sob sua gestão.
Outra subsidiária que o Executivo pretende vender é a Caixa Loterias, que tem lucro de cerca de R$ 1 bilhão por ano, com cerca de 40% investidos em políticas públicas. Se entregue à iniciativa privada, a porcentagem dos repasses cairá para 16%, prejudicando investimentos em educação, cultura, esporte, e outras áreas sociais.
Finalmente, o governo também c0nsidera privatizar a Caixa Cartões, segmento estratégico para o banco. Em 2020, as receitas oriundas de operações com cartões totalizaram aproximadamente R$ 2,8 bilhões.
“A atual gestão usa os dados da Caixa constantemente para tentar ganhar votos, mas desde o início da gestão não faz mais do que enfraquecer o banco progressivamente”, pontua Takemoto. “O progressivo fatiamento visa desvalorizar a estatal aos poucos, até o banco ser vendido no fim por um valor baixo. O maior prejuízo é para a própria população, que perderá dezenas de programas sociais históricos”, conclui.

Por Dentro do Sistema Financeiro: os novos bancarizados, do PIX à inteligência financeira popular

Setor bancário elimina 8,8 mil postos de trabalho em 2025, apesar do avanço do emprego no país

Em Belém do Pará, trabalhadores participam de barqueada em ato por justiça climática

Carta de Fortaleza define agenda nacional de combate ao racismo e de promoção da inclusão no sistema financeiro

Prestação de contas e Previsão Orçamentária 2026: Sindicato realiza Assembleia no dia 18 de novembro

Live dos eleitos da Previ nesta quinta-feira (13) vai avaliar conjuntura econômica e desempenho dos planos

Lucro do Banco Mercantil do Brasil cresce 34,8% e chega a R$ 737,6 milhões nos nove primeiros meses de 2025

Sindicato lança Torneio de Truco e amplia atividades de lazer e integração

Acordo Coletivo do Saúde Caixa é aprovado com 65,84% dos votos
Institucional
Diretoria
História
Conteúdo
Acordos coletivos
Galeria
Notícias