28 de Abril: Sindicato reforça defesa de ambientes laborais seguros e denuncia o adoecimento mental crescente entre bancários
Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho, e também em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, é um chamado à ação. A realidade brasileira, especialmente no setor financeiro, evidencia a urgência desse debate
Data: 28/04/2025 às 14:05
Fonte: Contraf-CUT, com edição de Seeb Araraquara

Nesta segunda-feira, 28 de abril, o Sindicato dos Bancários de Araraquara e região, juntamente com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), soma forças ao movimento global em defesa da saúde e segurança no trabalho. A data destaca a importância da luta por condições laborais dignas, marcando tanto o "Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho" quanto o "Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho".

O 28 de abril foi instituído em homenagem aos 78 trabalhadores que perderam a vida em 1969, na explosão de uma mina em Farmington, nos Estados Unidos. Desde 2003, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) consolidou a data como referência mundial para a reflexão e mobilização por ambientes de trabalho mais seguros.

Rosângela Lorenzetti, diretora do Sindicato e também secretária de Saúde e Condições de Trabalho da FETEC-CUT/SP, lembra que o mês de abril marca a passagem data num contexto pelo qual passam os trabalhadores bancários, de continuado ataque aos direitos e às condições de trabalho, agravado por metas abusivas e assédio moral que envolvem, inclusive, as práticas da perícia pública e de setores das áreas médicas dos bancos. 

"Bancários e bancárias ainda sofrem dentro dos ambientes de trabalho, desgastando a sua saúde física e mental ao longo de jornadas de trabalho extenuantes, sem pausas para descanso, com metas de produção inalcançáveis e cada vez mais crescentes, convivendo com riscos de assaltos e sequestros, tendo de dar conta de inúmeras tarefas. Queremos reafirmar, nesta data simbólica, que a saúde da trabalhadora e do trabalhador é um direito humano fundamental, um direito inalienável. Ela não pertence aos bancos, aos convênios particulares, aos departamentos médicos”, ressalta.

"A campanha Abril Verde caminha para o seu encerramento, mas o compromisso do movimento sindical com a saúde dos trabalhadores é permanente. Este 28 de abril é um chamado à ação para garantirmos que ninguém adoeça ou perca a vida simplesmente por exercer seu direito ao trabalho", refroça Mauro Salles, secretário de Saúde da Contraf-CUT.

A realidade brasileira, especialmente no setor financeiro, evidencia a urgência desse debate. Segundo dados da plataforma Smartlab, com base em registros do INSS, o Brasil registrou, em 2024, cerca de 168,7 mil afastamentos acidentários. A categoria bancária, que representa apenas 0,8% do emprego formal, respondeu por 2,81% desses afastamentos. No total de afastamentos previdenciários, os bancários somaram 24.079 ocorrências - 1,12% do volume nacional.

O dado mais alarmante em relação ao setor financeiro, porém, é a natureza das doenças que afastam esses trabalhadores: transtornos mentais e comportamentais já são responsáveis por mais da metade dos casos: 55,9% dos afastamentos acidentários e 51,8% dos previdenciários em 2024. Esse cenário marca uma mudança significativa em relação a 2012, quando as doenças osteomusculares e do tecido conjuntivo eram a principal causa de afastamento.

Diante deste quadro, a Contraf-CUT e o Sindicato defendem mudanças estruturais no ambiente de trabalho, com ênfase em políticas de prevenção, promoção da saúde mental e fiscalização rigorosa das condições laborais.

"Para a melhoria da saúde da categoria é necessário a participação dos bancários no processo que define a organização do trabalho. O modelo organizacional praticado pelos bancos faz mais e mais vítimas a cada dia e trata os funcionários como descartáveis. Neste 28 de abril, reafirmamos que memória e luta caminham juntas, e que a saúde dos trabalhadores deve ser uma prioridade permanente. Muito mais do que remuneração, precisamos ter nossa saúde preservada, nosso direito a um trabalho digno e decente”, conclui Rosângela.

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