
O samba-enredo feito por bancários para a Escola de Samba Estácio de Sá encerrou sua trajetória na disputa para o Carnaval de 2024, na terceira etapa da disputa, na última sexta-feira (7). A Estácio desfila no grupo de acesso.
O secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, é um dos compositores da canção, intitulada “Chão de devoção: orgulho ancestral”. Os outros são Enilson Nascimento, Walmir do Banjo e Jorge Lourenço (da Copa Bancária). O enredo da Estácio, criado pelos carnavalescos Marcus Paulo e Mauro Leite, colocará na Marquês de Sapucaí, cultura, religião, história e dança dos negros e negras que formaram o processo civilizatório brasileiro.
Sobre a participação no processo de seleção do samba-enredo, Almir afirma que “os trabalhadores têm que estar envolvidos nesse processo, pois desde séculos passados até hoje, a gente vem vivenciando uma situação de racismo, que se agravou muito nos últimos quatro anos”. Por isso, como ele diz, “contar essa história, é um resgate histórico fundamental, importante para toda a sociedade se conscientizar de que o negro era liberto, foi sequestrado e escravizado e deixou um legado muito grande, que o país precisa conhecer”.
Almir observa que, “mesmo não indo para as finais, o samba de autoria dos bancários cumpriu seu papel ao contribuir com o debate contra o racismo estrutural no Brasil. A Estácio com certeza vai levar um desfile muito bonito para a Marquês de Sapucaí. O samba, com seu forte apelo popular, é importante para fortalecer o debate sobre a questão racial, discutir a história de nossos antepassados e como ocorriam os sequestros na África, para a escravização das pessoas aqui no Brasil”.
O samba-enredo
Confira a seguir a letra completa do samba:
Chão de devoção: orgulho ancestral
(Enilson Nascimento, Walmir do Banjo, Almir Aguiar e Jorge Lourenço)
Canta Maria Conga
Esta festança…
“Ofertamos” pra vocês
Na fé de suas preces
A certeza de vencer
Vieram de lá
Do outro lado do oceano
Trazidas do solo africano
Sob o “açoite” do colonizador
Escravizando “mães pretas” da África
Que por seus filhos sofriam a dor…
Em noites sombrias
No “afã” de escravizar
Atacavam “gente de pele preta”
Nos festejos do cultuar…
O sangue que “corre” nas veias
Não é diferente do que “jorra” em seu coração
O que vale na vida da gente
É liberdade, sem discriminação…
Das crenças
À sabedoria “ancestral”
“Orum” Reino das Almas
Do passado ao presente
Com muito orgulho
Somos descendentes…
Canta vovó Cambinda
Canta Maria Conga
Esta festança…
“Ofertamos” pra vocês
Na fé de suas preces
A certeza de vencer
“Neste chão” vermelho e branco
o “racismo” não tem lugar
Com a cultura do “nosso povo preto”
Vem a “Estácio de Sá…”
Ouça o samba, publicado na página do Berço do Samba, no YouTube. A interpretação é de Pse de Minuta, Júlio Negão e Krek:

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