
A ação do Ministério Público do Trabalho, que pede à Justiça a condenação da Caixa e do ex-presidente do banco ao pagamento de indenização por conta dos casos de assédio, revela o nível de sofrimento dos trabalhadores durante a gestão de Pedro Guimarães.
De acordo com a conclusão do MPT, o número de assédio quadruplicou no banco durante a gestão do ex-presidente. Entre 2013 e 2018, a média de denúncias de assédio recebidas pela Caixa era de 80 por ano. A partir da gestão de Pedro Guimarães, em 2019, até o dia 1 de setembro de 2022, a média subiu para 343 denúncias por ano – um aumento de 425%. Pedro Guimarães deixou a presidência da Caixa em 29 de junho de 2022, mas o MPT considerou a data de setembro em razão de muitos empregados se encorajarem a denunciar após a saída de Guimarães.
“É um número absurdo. E a omissão do banco diante desses casos deve ser rigorosamente investigada, com as devidas punições”, destacou o presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto. “Tentamos apurar com o banco o desenvolvimento das investigações, mas a Caixa não respondeu aos nossos pedidos. Para acompanhar de perto, pedimos à Justiça o nosso ingresso como assistente do MPT nesta ação”, disse.
As denúncias protocoladas por assédio moral, desde constrangimentos e tratamento aos gritos até agressão física - uma delas, inclusive, noticiada por uma jornalista que realizava a cobertura de um evento da Caixa.
Na ação, o MPT também criticou a “conduta omissa” da Caixa acerca da primeira denúncia de assédio sexual contra Pedro Guimarães, apresentada em julho de 2019 – há apenas 6 meses no comando da instituição. A Caixa encerrou a denúncia, realizada no canal interno do banco, por “informações insuficientes”. No entanto, de acordo com o MPT, havia informações suficientes para apuração da denúncia.
“Não procede a conclusão da CAIXA de que a denúncia não apresentou informações mínimas. Trata-se de sofisma para escamotear a real intenção da Caixa Econômica Federal de não investigar o seu Presidente”, concluiu o MPT.
Adoecimento mental – As licenças por transtornos mentais durante a gestão Pedro Guimarães, especificamente dos empregados lotados no prédio da Matriz 1, também foi alvo de apuração do MPT. O órgão solicitou ao banco uma relação de afastamentos médicos por transtornos mentais na Classificação Internacional de Doenças (CID). De 2013 a 2018, a média de afastamentos médicos era de 277 empregados por ano. A partir da gestão de Guimarães, em 2019, até 31 de agosto de 2022, o número saltou para 383 afastamentos por licença médica por ano – um aumento de 42,96%, calcula o MPT.
“Este ambiente adoecedor já foi denunciado pela Fenae por meio das nossas pesquisas sobre saúde do trabalhador e pelo Sindicato dos Bancários de Araraquara em diversos protestos e mobilizações. A Caixa tem sido responsável pelo adoecimento mental dos seus empregados. Isso é muito grave e precisa acabar. Estamos atentos e empenhados para isso”, acrescentou Takemoto.

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