Em uma tarde marcada por emoção e celebração, a FETEC-CUT/SP lançou, na última terça-feira (24), sua Campanha de Sindicalização 2025, em um evento realizado na sede da entidade, que reuniu lideranças sindicais de toda a sua base.

Com o lema “Se Tem Direitos, Tem Sindicato”, a campanha da federação reforça o papel fundamental dos sindicatos nas conquistas históricas da categoria, destacando a filiação e participação ativa dos trabalhadores e trabalhadoras do ramo financeiro como essenciais para o fortalecimento da luta coletiva.

Para Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP, em um cenário de aumento nas demissões, terceirizações e fechamento de agências, a mobilização sindical se mostra ainda mais necessária para garantir direitos e resistir aos retrocessos.

O Sindicato dos Bancários de Araraquara e região marcou presença representado por seu presidente Paulo Roberto Redondo e pelos diretores André Luiz de Souza, Paulo Vicente Fernandes e Andréia C. de Campos.

A presidenta da Federação abriu o evento com uma análise de conjuntura ao abordar a atual guerra comercial global e o papel estratégico do Sul Global nesse cenário, alertando para os riscos do entreguismo promovido pela extrema direita, que compromete a soberania nacional e os direitos da classe trabalhadora.

‘’O grande desafio dos sindicatos hoje é representar os trabalhadores do ramo financeiro em um contexto cada vez mais hostil, a exemplo do Santander, que tem promovido terceirizações fraudulentas para reduzir custos e fragilizar vínculos trabalhistas’’, disse.

Aline também ressaltou que o enfrentamento passa, necessariamente, pela defesa da geração de empregos de qualidade e pela denúncia do projeto das elites econômicas, que visam concentrar riqueza e poder. Ela lembrou, como exemplo emblemático, a famigerada declaração do “Rei dos Ovos”, que ataca o Bolsa Família e defende um Estado mínimo para o povo e máximo para os bilionários brasileiros. ‘’Eles sim são viciados em subsídios públicos’’.

Apesar do cenário adverso, ela destacou uma boa notícia. “Embora essa realidade jamais apareça na mídia tradicional, há muita gente disposta a lutar pelos trabalhadores e pelas pessoas mais vulneráveis em todo o país, e nós fazemos parte desse grande movimento.”

Rosa da Resistência

A nova Campanha de Sindicalização da FETEC-CUT/SP adota como símbolo uma rosa como elemento gráfico, envolvida pelo slogan “Se Tem Direitos, Tem Sindicato”.

A rosa vermelha, historicamente ligada ao socialismo, representa igualdade, solidariedade, justiça social e também esperança e renovação na luta por um futuro mais justo.

Para Neiva Ribeiro, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, a campanha se destaca pela força simbólica e apelo visual.

“A Campanha está linda, com imagens marcantes e inovadoras, uma estética atrativa que é fundamental para que a base compreenda que nossa luta está profundamente ligada à esperança de uma sociedade justa e igualitária. É uma campanha forte, bonita e muito poética.”

Ana Lúcia Ramos Pinto, secretária-geral da FETEC-CUT/SP, destacou que a campanha fortalece a mobilização dos sindicatos em suas bases.

“A campanha mostra à categoria a importância da luta sindical para a conquista e garantia de direitos”. Ela também ressalta que a iniciativa inclui premiações e sorteio de brindes, como forma de atrair novos associados e, com isso, fortalecer a atuação dos 14 sindicatos que integram a base da FETEC em todo o Estado de São Paulo.

Na ocasião também foi eleita, por unanimidade, como delegados para a 17ª Plenária da CUT,  a direção executiva da FETEC-CUT/SP, representada por Aline Molina, Ana Lúcia Ramos Pinto e Roberto Rodrigues e onze dirigentes para a reunião de prestação de contas da Contraf-CUT.

Aos mestres com carinho

Um dos momentos mais emocionantes do evento foi a inauguração dos dois auditórios da FETEC, agora batizados com os nomes de Augusto Campos e Sebastião Cardozo (Tião), lideranças históricas que marcaram profundamente a trajetória da Federação. O gesto simboliza o respeito às raízes e o compromisso com o futuro da luta sindical.

O auditório original da FETEC-CUT/SP, com capacidade para 80 pessoas, leva o nome de Augusto Campos, em homenagem ao primeiro presidente da Federação, criada em 1989.

“Esse espaço foi o primeiro auditório da Federação, palco de muitas discussões políticas e deliberações históricas para os trabalhadores do ramo financeiro”, destaca Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP.

Já o auditório multimídia agora passa a se chamar Sebastião Cardozo, o Tião, em homenagem ao ex-presidente da FETEC entre 1999 e 2009. O novo espaço é considerado um marco tecnológico, construído no pós-pandemia e equipado com recursos completos para transmissões multimídia.

“Homenagear Augusto Campos e Tião é reconhecer que só chegamos até aqui porque o caminho foi construído por pessoas como eles; bravas, ousadas e inconformadas com a injustiça social. Foi um momento bonito e emocionante, que nos inspira a enfrentar novos desafios sem jamais esquecer de onde viemos”, afirmou Aline Molina, presidenta da FETEC-CUT/SP.