c Conduzida pela secretária-geral da Fetec-CUT/SP, Ana Lucia Ramos Pinto, a 4ª Mesa da 25ª Conferência Estadual dos Bancários de SP, realizada no último sábado (29), debateu a Comunicação e o Mundo Digital, com a participação do Moisés Marques, diretor da Associação 28 de setembro, e a jornalista Renata Mielli, primeira mulher a coordenar o CGI, Comitê Gestor da Internet do Brasil.
Os expositores defenderam a necessidade imediata de haver transparência das plataformas que operam no país, como o uso da publicidade e a proteção de dados, medidas que possibilitem ao usuário recorrer de decisões aplicadas por essas empresas, e um marco regulatório que permita ajustes e atualizações e acompanhe a velocidade das mudanças tecnológicas.
Renata Mielli, doutoranda em no Programa de Ciências da Comunicação na ECA-USP e militante histórica pela democratização da comunicação e dos direitos digitais, parabenizou a Fetec-CUT/SP por abrir espaço para um debate tão importante durante a 25ª Conferência, apontando que os fenômenos vistos durante a campanha de Bolsonaro não são fatos novos e, daí a dimensão da Comunicação como tema político.
“Quando nos deparamos com momentos de transição importantes como o que estamos vivenciando agora, [como o embate nas redes e a Inteligência Artificial], temos a tendência de menosprezar ferramentas importantes, por isso, a Comunicação precisa ser objeto das nossas lutas como agenda política com impacto imediato nos resultados do que defendemos. A comunicação é estratégica não somente para a democracia, mas para a transformação da sociedade capitalista”.
Renata destacou o quão importante é essa luta, lembrando que as bigtechs já se tornaram as empresas mais rentáveis da história do capitalismo. “A Apple superou a barreira de R$ 3 trilhões de dólares, alcançando o posto de sétima maior economia do mundo, superando a cifra do PIB de quase todos os países do mundo. Isso demonstra a importância de lutarmos para termos nossos próprios meios de comunicação em condições para disputar corações e mentes”.
Regulamentação
De acordo com a coordenadora do CGI, a primeira dimensão dessa luta política é a regulamentação dessas plataformas.
"O conjunto de informações que essas empresas coletam sem nosso consentimento é o que permite que elas obtenham benefícios da economia de rede. Então, por que ainda não temos uma rede social nossa? Porque as bigtechs estão anos luz à frente de nós, inclusive patenteando ideias que nem foram colocadas em prática".
Sequestro emocional
Lutar por transparência e regulamentação é algo essencial para a coordenadora do CGI.
“Temos ferramentas como Facebook e Instagram que estão acabando com os argumentos racionais. São ferramentas de sequestro emocional, com a ditadura da imagem sendo utilizada em detrimento da palavra, com uma comunicação altamente frenética e efêmera, e levando as pessoas, em especial, crianças e adolescentes, a crises de ansiedade. É imprescindível enfrentarmos o debate sobre a regulamentação dessas plataformas”.
Profissões em extinção
Diretor da Associação 28 de agosto, Moisés Marques abordou a transição que atravessa o mundo do emprego, incluindo a forma de trabalho. ‘’70% das profissões dos próximos anos ainda nem foram criadas. Em contrapartida, várias profissões estão sendo extintas, a exemplo dos caixas bancários. Estima-se que 80% das transações bancárias são feitas de forma digital.
Entre os riscos apontados pelo professor em meio a essa profunda e veloz transição estão:
- segurança de dados;
- não há democratização da utilização;
- fim da privacidade;
- confiabilidade de armazenamento de dados;
- propagação da desinformação;
- ciência de dados usados para fins políticos e eleitoreiros.
“A tecnologia pode estar disponível, mas não é democrática”, afirma Moisés. Para ele, a tarefa dos sindicatos é atuar na preparação e organização das pessoas, alertando e denunciando sobre os riscos.
“Precisamos denunciar abusos, incrementar a comunicação e lutar por maior regulação”, disse, citando o economista John Keynes. “Devemos inventar uma nova sabedoria para uma nova época”.
O que é o CGI?
Uma das funções do Comitê Gestor da Internet no Brasil é promover a qualidade técnica, a inovação e a disseminação dos serviços de internet ofertados. Ele é considerado internacionalmente um modelo de governança da internet democrático. No órgão, todos os setores da sociedade são partícipes de forma equânime de suas decisões. A partir de posicionamentos dos CGI.br que foram criados, por exemplo, o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.
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